Tema: DELITOS
Orgão de imprensa: CORREIO DO BRASIL
Data da notícia: 15-09-1903
Ano:
Número: nº XX
Dia da semana: Terça-feira
Página: 1
Coluna: XX
Caderno:
Manchete: TURBULENTO
Texto:
Ontem quando em diversos pontos da freguesia da Sé promovia grandes desordens o conhecido turbulento Eduardo José Martins, vulgo Caboclo e tentando uma praça de polícia auxiliada por um músico do 9o batalhão prendê-lo, este resistiu desesperadamente lutando de um modo extraordinário dando em resultado saírem diversas pessoas feridas, bem como: Creciência das Chagas Pinto, músico do 9o batalhão com uma canivetada na mão, o espanhol de nome Manuel que foi ferido na cabeça, e os policiais Joaquim José Tavares com uma forte bofetada que produziu-lhe uma grande hemorragia devido ao ter arrancado um dente. Possidonio Alves Brandão que lhe tendo dado ordem de prisão recebeu do incorrigível turbulento uma cabeçada na face, uma canivetada na mão, ficando com a blusa rota.
Foi lavrado o ato de prisão em flagrante delito, sob a presença do Dr. Casseano Lopes, pelo escrivão Tourinho, mandando-se em seguida proceder o exame de corpo de delito nos ofendidos
O Dr. Casseano Lopes vai abrir o inquérito sobre o fato
Compre-nos dizer que Eduardo saiu há poucos dias da Correção onde cumpriu a sentença de mais de um ano de prisão imposta pelo Júri Correcional desta capital.
Tema: DELITOS
Orgão de imprensa: CORREIO DA TARDE
Data da notícia: 16-01-1903
Ano:
Número: nº XX
Dia da semana: Sexta-feira
Página: 2
Coluna: XXXXXX
Caderno:
Manchete:
Texto:
Alberto Alvaro Costa e João Marques da Selva, vulgo Caboclinho, acham-se detidos no xadrez do Comércio para averiguações policiais, como suspeitos de autoria de furto de 562$000, no dia do desembarque do deputado Neiva, fato que noticiamos.
Tema: DELITOS
Orgão de imprensa: CORREIO DA TARDE
Data da notícia: 20-04-1903
Ano:
Número: nº XX
Dia da semana: Quarta-feira
Página: 1
Coluna: Efemérides
Caderno:
Manchete:
Texto:
RESUMO: A matéria relata o assassinato de “D. Julia”, em 1847, por motivo de ciúmes por seu marido. O Jornal adjetiva o crime como um “...negro atentado”.
Tema: DELITOS
Orgão de imprensa: DIÁRIO DE NOTÍCIAS
Data da notícia: 19-03-1903
Ano: Ano: XXIX
Número:
Dia da semana: Quinta-feira
Página: 3
Coluna: 5
Caderno:
Manchete: PERNAMBUCO
Texto:
Perante o Dr. Barros Rego delegado do 1ª distrito, diz A Província de 7, compareceram ontem, as 4 horas da tarde, Manoel Antônio de Jesus, acusado de haver encarrilo nas penas do art.-267 do código penal, e sua vítima - D. Barnara Alves de Oliveira.
Circunstancia curiosa: Manoel é um preto velho, contando 59 anos de idade e D. Bárbara uma menor de 17 anos, de um moreno claro e formosa.
Interrogada, declarou em prantos, que o crime se dera há quatro meses, pouco mais ou menos, na Rua da Moeda n.15, apontando como culpado o crioulo, frisando bem as suas afirmações.
A autoridade policial perguntou ao acusado se estava disposto a reparar a falta e o velho declarou- lhe, resignado:
-Seu doutor V.S. vê bem o meu estado, deve calcular que não sou mais homem para certos empresas entretanto, se quiserem eu me caso, mas tenho certeza de que o criminosos é outro.
Tema: DELITOS
Orgão de imprensa: DIÁRIO DE NOTÍCIAS
Data da notícia: 24-03-1903
Ano: Ano: XXIX
Número:
Dia da semana: Terça-feira
Página: 3
Coluna: 4
Caderno:
Manchete: O FATO DA MANGUINHO
Texto:
O comissário da cidade de Itaparica dirigiu-se no dia 21 do corrente para a costa do Manguinho, a fim de proceder ao interrogatório de Juliana Maria da Conceição, suspeita, conforme noticiamos de ter dado a morte a seu próprio filho recém-nascido.
Juliana Maria da Conceição, parda de 21 anos de idade, natural da referida localidade, morava ali com sua tia, também moça de nome, Maria da Paixão, tendo passado alguns meses nesta capital, alugada como engomadeira em uma casa à Bela Vista. Não tinha maus precedentes, era trabalhadora, honesta. Por isso mesmo o fato em que se acha agora implicada causou a maior emoção e pasmo entre os habitantes de Manguinho.
Acompanhado do seu escrivão, do adjunto da promotoria pública e algumas pessoas mais, o Sr. Sevaro Braga, comissário de polícia, procedeu do auto de perguntas, também presenciado por um dos nossos repórteres.
Perguntada Juliana da Conceição como se Dara o fato de que é acusada, respondeu: sentindo dores do parto, correu para junto de um saveiro, mas, como as dores aumentassem, procurou o mato, dando a luz ao pé de um limoeiro. Depois de ter a criança, foi acometida de tontice e caiu; melhorando um pouco, seguiu para casa.
Interrogando-se-lhe como se explica que estivessem enterrado na praia, junto a proa de um saveiro, vestígios de parto, disse que não sabia, respondendo também negativamente à pergunta do comissário -se não tentara matar a criança, apertando-lhe o pescoço e dando -lhe furadas em diversas partes do corpo.
Perguntando o motivo que a levou a cometer semelhante crime, respondeu que por temer ser assassinada pelo pai da criança. Perguntando-lhe quem era este, disse que o Sr. Durval Pires, filho do coronal Pires, residente na Bahia e em cuja casa estivera alugada. Respondeu ainda que a família do coronal não teve conhecimento do seu estado de gravidez
Procedeu-se em seguida o interrogatório da tia de Juliana da Conceição. Essa limitou-se a dizer que ignorava o estado da sobrinha e nada sabia das circunstâncias do crime que lhe era imputado.
Juliana Maria da Conceição acha-se recolhida na cadeia pública de Itaparica.
Tema: DELITOS
Orgão de imprensa: DIÁRIO DE NOTÍCIAS
Data da notícia: 23-04-1903
Ano: Ano: XXIX
Número:
Dia da semana: Quinta-feira
Página: 3
Coluna: 4
Caderno:
Manchete:
Texto:
Os médicos legistas da polícia procederam a exame médico-legal em Almerinda, parda de 10 anos de idade,que em Nossa Senhora da Escada, foi forçada por Salustiano, trabalhador em uma olaria,aí situada.
O comissário da 2ª circunscrição,Dr. Marbach, providência na forma da lei, para a punição do criminoso.
Tema: CONFLITOS
Orgão de imprensa: CORREIO DO BRASIL
Data da notícia: 26-02-1904
Ano:
Número: nº XX
Dia da semana: Sexta-feira
Página: 1
Coluna: XX
Caderno:
Manchete: CONFLITO
Texto:
Pedro Germano dos Santos, vulgo “Nozinho”, trouxe ontem, à tarde, a Rua da Vala em polvorosa.
Duas praças, que se dispunham a efetuar a prisão do celebre desordeiro, foram a isso obstadas pelo pessoal da empresa de carruagens e pelo da estação de Trilhos Centrais, “o qual tinha à sua frente, segundo nos informaram, o chefe da referida estação, de nome João de Areia.
Devido, à intervenção do sargento comandante do posto de Santana, serenaram os ânimos, podendo a muito custo ser levado para aquele posto o tal “Nozinho.”
Tema: CONFLITOS
Orgão de imprensa: CORREIO DO BRASIL
Data da notícia: 09-02-1904
Ano:
Número: nº XX
Dia da semana: Terça-feira
Página: XX
Coluna: XX
Caderno:
Manchete:
Texto:
Francisco Porcino, pardo, carroceiro, não estava ante-ontem com boas intenções.
Assim é que às 6 horas da tarde, em plena Rua do Colégio, andava ostensivamente armado de revolver, para o desse e viesse.
O Sargento José Gregório, porém, que não compactua com essas exibições à mão armada fê-lo recolher ao posto da Sé para arrefecer um pouco o belicoso gênio e a esta hora com certeza lá está o Porcino a arrepender-se de suas bravatas, torcendo a orelha...
Tema: DELITOS
Orgão de imprensa: CORREIO DO BRASIL
Data da notícia: 26-02-1904
Ano:
Número: nº XX
Dia da semana: Terça-feira
Página: 2
Coluna: XX
Caderno:
Manchete: ILHA DE MARÉ AO PÚBLICO
Texto:
RESUMO: A matéria refere-se a uma série de desastrosas atuações de um sub-comissário de segurança, José Bernardo de Sant’Anna Genebra, ocorridas entre os anos de 1902 e 1904, bem como trata da violência praticadas por policiais. Foi extraído apenas o trecho que detêm a indicação de raça.
Ao distinto e criterioso Dr. chefe da segurança pública.
Atos praticados pelo sub-comissário José Bernardo de Sant’Anna Genebra, no exercício de suas funções.
[...]
“No dia 3 de abril de 1903, o sub-comissário Genebra assaltou à casa da viúva D. Maria Angelica, de pés no chão [...], armado de faca e revólver, com 20 homens armados cercou a casa da viúva e só retirou o cerco, porque o cidadão Domingos Jacintto Lopes lhe fez ver que ele cometia um absurdo. Em dezembro de 1903, o sub-comissário Genebra assaltou a casa da viúva D. Auta para prender a preta Cyriaca sem ter cometido crime algum.”
Tema: DELITOS
Orgão de imprensa: CORREIO DO BRASIL
Data da notícia: 29-02-1904
Ano:
Número: nº XX
Dia da semana: Sexta-feira
Página: 2
Coluna: XX
Caderno:
Manchete: COM A POLÍCIA
Texto:
Chamamos a atenção de quem competir para alguns desgraciosos que entendem por vezes, de apagar os combustores da iluminação pública à Rua do Areal de Baixo, deixando-a às escuras, além do mais, esses contraventores timbram em ser indelicados e descortês para com as senhoras residentes à mesma rua.
Tema: DELITOS
Orgão de imprensa: CORREIO DO BRASIL
Data da notícia: 16-03-1904
Ano:
Número: nº XX
Dia da semana: Quarta-feira
Página: 1
Coluna: XX
Caderno:
Manchete: MENOR QUE PROMETE
Texto:
O “Combate” de 7 do corrente, nos fornece a seguinte triste notícia, que traduz perfeitamente os ferozes instintos de um menor...que promete.
“José Lopes é um menor de 13 anos de idade. Desde muito tempo goza foros de refinado peralta, com pronunciada inclinação para a perversidade.
Francisco era, ao contrario dele, um menino de boa (índole?), posto não tivesse a mais elementar educação domestica.
Era de cor preta, ao passo que José era branco. O amor à vadiagem ligou-os e eles saíram no domingo último à tarde para os subúrbios da cidade.
Chegaram à “Maria Preta” e penetraram na fazenda do agricultor ali residente, Sr. Antônio Ferreira da Costa.
José Lopes levara consigo uma arma de fogo, em forma de espingarda. E espingarda era, de fato, porque nada lhe faltava para produzir os efeitos explosivos próprios dessa arma.
Não importava a circunstância de ter sido ela preparada pelo próprio José, que pegou de um tubo de ferro de um guarda-sol velho, adaptou-o a uma coronha de madeira, serviu-se depois de uma dessas pequeninas armas com que as crianças brincam arrancou-lhe a feixaria, adaptando esta na ponta de contato entre o tubo de ferro e a coronha de madeira, fez mais um arranjo, atou pregou, bateu e, afinal, tinha uma espingarda, apta para carregar e disparar com total precisão.
Munido dessa arma, José Lopes, olha em torno de se, impaciente para fazê-la detonar, e vê, sentado no galho de uma árvore próxima, um “pássaro”... seu companheiro Francisco.
Leva a arma ao rosto e faz fogo. A vítima incauta cai estorcendo-se nas dores da morte. O projétil (chumbo) empregara-se-lhe no abdômen, causando-lhe a morte.
Depois de cometer o crime, José volta à casa da avó, com quem morava, reúne a roupa que estava na ocasião ao seu alcance e põe-se à fuga.
O cadáver do menino Francisco foi encontrado horas depois debaixo da arvore, sendo conduzido para o quartel policial e aí para o cemitério, onde só procedeu ao exame cadavérico.
A polícia tem tomado sobre o caso as providências que a lei exige.
Tema: DELITOS
Orgão de imprensa: GAZETA DO POVO
Data da notícia: 02-08-1905
Ano: Ano: 1
Número: nº 10
Dia da semana: Quarta-feira
Página: 2
Coluna: 6
Caderno:
Manchete: MULHER QUE FURTA 1:301$000
Texto:
O Sr. sub-comissário do 1º distrito de Santo Antônio recebeu, ontem, uma queixa da crioula Maria dos Anjos, que lhe declarou ter sido vítima, em sua residência à rua Dr. Manuel Vitorino n.11, de um furto praticado por uma mulher residente naquele distrito, à Rua dos Artistas, antigo Beco do Funil.
Narrou Maria dos Anjos que, achando-se em sua casa, ali apareceu uma mulher a quem conhece de vista, entrando com ela em ajuste para compra de peixes, em que negocia a queixosa.
Em meio da negociação, a compradora pediu-lhe um copo de água, dirigindo-se ela para o interior da casa a fim de satisfazê-la.
Era esse o intento de tal mulher, a qual, logo que viu pelas costas a dona da casa, se dirigiu para uma mesa sobre que se achava uma caixinha contendo avultada quantia.
Com rapidez peculiar as que se dão à criminosa prática do furto, a falsa compradora abriu a caixinha, apoderando-se de todo o dinheiro nela guardado e que somava a quantia de 1:301$000.
Feito esse trabalho... foi um dia a compradora de peixe. A pobre Maria dos Anjos, quando voltou com a água, encontrou deserta a sala e vazia a caixinha, e tratou logo de colher informações, pela vizinhança, a respeito do rumo que levara a fugitiva.
Para onde seguira não lhe souberam dizer; apenas informaram a Maria dos Anjos que a mulher chama-se Francisca e reside na Rua dos Artistas, razão porque ela apresentou sua queixa ao sub-comissário de Santo Antônio, que providência no sentido de capturar a ladra.
Tema: DELITOS
Orgão de imprensa: GAZETA DO POVO
Data da notícia: 11-08-1905
Ano: Ano: 1
Número: nº 18
Dia da semana: Sexta-feira
Página: 1
Coluna: 6
Caderno:
Manchete: CARNEIROS FURTADOS
Texto:
Ontem, cerca de horas da tarde, passava pelo lago do Uruguai, distrito dos Mares, um indivíduo de cor preta, conduzindo dois carneiros...
Alguns rapazes, que flanaram no dito lago, desconfiaram que se tratasse de um furto, chegando um deles dizer em voz alta: “Aquele sujeito é ladrão”.
Foi o bastante para o tal crioulo abandonar os carneiros que conduzira e disparar precipitadamente, mato em fora, sumindo-se das vistas dos ditos rapazes, que se deram ao trabalho de levar os lanígeros para a casa da autoridade local.
Agora, quem for o dono das animais é só procurá-los em poder do sub-comissário do 1º distrito dos Mares.
Tema: DELITOS
Orgão de imprensa: GAZETA DO POVO
Data da notícia: 14-08-1905
Ano: Ano: 1
Número: nº 20
Dia da semana: Segunda-feira
Página: 2
Coluna: 4
Caderno:
Manchete: FURTO
Texto:
João de tal, menor, penetrou, trasanteontem, à noite, em casa de uma africana de nome Hermelina, residente no distrito dos Mares, e dali surrupiou a quantia de 46$000 em moeda de papel.
O capitão Tourinho, tendo ciência do fato, providenciou de sorte a capturar o gatuno precoce, em cujo poder só foi encontrada a quantia de 16$000, sendo que o restante ele já esbanjara, comprando canivetes, bolas etc.
Das diligências da referida autoridade verificou-se mais que o João faz parte de uma quadrilha de larápios todos menores, dois dos quais já foram capturados.
Tema: DELITOS
Orgão de imprensa: GAZETA DO POVO
Data da notícia: 01-09-1905
Ano: Ano: 1
Número: nº 35
Dia da semana: Sexta-feira
Página: 1
Coluna: Diário das ruas
Caderno:
Manchete: POR CAUSA DO “BARÃO”
Texto:
O Antônio Olympio de Araujo é um pandego, de seus 17 anos, de cor preta, que faz profissão de venda de queimados e alféloas, e, nas horas vagas, que são muitas, dá-se à prática de toda a sorte de turbulências.
Ontem, por exemplo, ele estava na veia das ditas.
Não sabemos bem a razão disso; entretanto, é crível que o Antônio Olympio estivesse desejoso de contemplar de perto a fisionomia do barão de Graval, coisa alias que a polícia avaramente defende.
Não lhe foi difícil achar, na Baixa dos Sapateiros, um pretexto para adquirir uma senha da polícia, assim um como abre-te sésamo à satisfação de sua irrefreável curiosidade.
Eis o caso. O bom garoto encontra um aleijado, que lhe pede uma esmola; corresponde-lhe com um ponta-pé; um transeunte intervém, censurando-o, ele arranca de uma navalha e brande-a ameaçadoramente; surge então a polícia e leva-o para o posto local.
Agora, o epilogo.
O João Pessoa sabe do caso, envia um pedido de extradição ao sub-comissário do distrito e... lá se vai o Antônio Olympio transferido da ladeira do Carmo para o chalé do largo do Barão do Triunfo, onde lhe deram por hospedagem um quarto vizinho ao “Sr. barão” que tanto apetecera conhecer.
Tema: DELITOS
Orgão de imprensa: GAZETA DO POVO
Data da notícia: 23-09-1905
Ano: Ano: 1
Número: nº 51
Dia da semana: Sábado
Página: 2
Coluna: 3
Caderno:
Manchete: SÓCIO DE SANTOS
Texto:
O Joaquim de Sant’Anna, um crioulo forte e vigoroso para o trabalho, sobraçando um saco, andava, em à noite de anteontem, na povoação de Periperi, pedindo esmolas para S. Cosme e S. Damião.
A polícia, entretanto, e como era natural, desconfiou do esmolador que se aproveitava das trevas da noite para fazer o seu peditório, e zás! Deteve-o na estação, onde compareceu logo o sub-comissário, do 3º distrito de Pirajá, Sr. capitão Durval Hermelino Ribeiro Sobrinho, que passou a interrogar o singular devoto dos santos gêmeos.
A esta autoridade, que fez Joaquim de Sant’Anna abrir o saco que trazia em seu poder, e no qual se continham imagens de S. Cosme e S. Damião e a quantia de 9$320, declara ele que trazia consigo os referidos santos para arranjar dinheiro e que a quantia acima era o produto das esmolas, que, em nome dos mesmos, obtivera, concluindo, cinicamente, por dizer-se sócio dos santos, cuja invocação servia-lhe para explorar a generosidade dos crioulos.
Diante dessa declaração, a autoridade policial resolveu apreender os bens da sociedade, destinando-os a um estabelecimento pio, no qual terão eles melhor aplicação do que servindo para manter a ociosidade do refinado estrangeiro.
Da quantia apreendida o Sr. capitão Durval Ribeiro entregou a Joaquim de Sant’Anna, 520 réis em cobre, que este lhe pedira para comprar passagem para esta capital, enviando o restante (8$800) para esta redação dar a aplicação necessária, remetendo-o para um estabelecimento de caridade.
Tema: DELITOS
Orgão de imprensa: GAZETA DO POVO
Data da notícia: 29-09-1905
Ano: Ano: 1
Número: nº 57
Dia da semana: Sexta-feira
Página: 2
Coluna: 6
Caderno:
Manchete: MANIA INCENDIÁRIA
Texto:
Foi presa no dia 11 do cadente, em Maragogipe, a rapariga de nome Glyceria, de cor preta, com 16 anos de idade, autora de vários incêndios ateados em casas daquela cidade.
Tendo morado no sítio denominado Horta aí por três vazes pegou fogo a diversas casas de palha, da sua vizinhança. Ultimamente mudou-se para o Beco do Piolho, onde no referido dia 11 queimou uma casa, comunicando-se o incêndio a mais três.
Nesta ocasião foi presa e confessou ser incendiaria de 13 casas, isso em menos de 2 meses.
Tema: DELITOS
Orgão de imprensa: GAZETA DO POVO
Data da notícia: 13-10-1905
Ano: Ano: 1
Número: nº 69
Dia da semana: Sexta-feira
Página: 1
Coluna: 3 a 5
Caderno:
Manchete: ATENDADO CONTRA O GOVERNADOR
Texto:
Resumo: Notícia que ocupa quase a Página inteira trata sobre um atentado sofrido pelo então governador do Estado José Marcelino de Sousa no retorno de uma viagem a navio (o vapor Mauricio Wanderley). Antes de sair do vapor o governador recebeu dois tiros de pistola de um companheiro de viagem chamado Antônio Francisco de Sousa.
A reportagem, as se ocupar das descrições do criminoso, o descreve do seguinte modo:
“Antônio Francisco de Sousa é um tipo acaboclado, alto magro, barba feita, bigodes pretos e espessos, olhar vivo e atravessado (...)”
Disse ele, segundo a reportagem, que não praticou o atentado a mando de ninguém, mas o fizera por vingança pessoal. A reportagem não dá detalhes das motivações do criminoso.
Isso sem contar que o editorial trata desse caso de modo a expressar indignação, chamando o atentado de um ato anti-civilizado (não com essas mesmas palavras).
Tema: DELITOS
Orgão de imprensa: GAZETA DO POVO
Data da notícia: 14-10-1905
Ano: Ano: 1
Número: nº 70
Dia da semana: Sábado
Página: 1
Coluna: 1
Caderno:
Manchete: A LEI, A LEI!...
Texto:
Resumo: Editorial que ainda fala do atentado ao governador dizendo que o mesmo pediu que “garantisse a vida” do indivíduo que “de modo tão bárbaro e infame tentou arrancar-lhe a existência”.
Tema: DELITOS
Orgão de imprensa: GAZETA DO POVO
Data da notícia: 14-10-1905
Ano: Ano: 1
Número: nº 70
Dia da semana: Sábado
Página: 1; 2
Coluna: 3 a 8; 1 e 2
Caderno:
Manchete: ATENTADO CONTRA O GOVERNADOR
Texto:
Resumo: Reportagem que ocupa quase a pagina inteira ainda se refere a detalhes do ocorrido e revelando que o criminoso foi interrogado ainda a bordo do navio e como se deu as diligências. Ainda essa reportagem revela que, basiando-se na confissão do criminoso, Antônio Francisco, de fato, houve um mandante do crime, que seria um político influente do centro do Estado.