Tema: ABOLIÇÃO
Orgão de imprensa: A BAÍA
Data da notícia: 18-04-1905
Ano: Ano: X
Número: nº: 2764
Dia da semana: Terça-feira
Página: 1
Coluna: 2
Caderno: Telegramas
Manchete: BUSTO DE JOSÉ DO PATROCÍNIO
Texto:
Rio, 18
O Dr. Leopoldo de Bulhões, ministro da Fazenda, mandou fundir na Casa da Moeda o busto do grande abolicionista e jornalista José do Patrocínio, ultimamente falecido.
A Confederação Abolicionista pagará pela mão de obra do busto a importância de 800$000.
Tema: ABOLIÇÃO
Orgão de imprensa: A BAÍA
Data da notícia: 05-11-1906
Ano: Ano: XI
Número: nº: 3079
Dia da semana: Segunda-feira
Página: 1
Coluna: 2
Caderno: Pelo Estrangeiro
Manchete: O 13 DE MAIO EM PARIS
Texto:
Paris, 13
A data de 13 de maio foi aqui dignamente comemorada pela delegação brasileira, estando presente a elite da sociedade.
{...}
Tema: ABOLIÇÃO
Orgão de imprensa: A BAÍA
Data da notícia: 05-12-1906
Ano: Ano: XI
Número: nº: 3078
Dia da semana: Sábado
Página: 1
Coluna: 4
Caderno:
Manchete: A ÁUREA DATA
Texto:
Fulge com brilhos da extraordinária luz, da história da Pátria e nos fastos da civilização humana, a data de amanhã.
Relembra ela o dia em que na terra de Rio Branco foi decretada pelo parlamento e sancionada pelo governo a lei diamantina, que partiu as algemas manitadoras da liberdade de milhares de brasileiros.
Escravos eram eles, jungidos ao bárbaro e iníquo senhorio que herdamos da metrópole! Cidadãos passaram a ser, no gozo de todos os direitos cívicos e políticos, reabilitados ao labéu infamante do passado!
Foi em 13 de maio de 1888.
A nação aguardava, ansiosa, a sorte do projeto libertador, que atravessava triunfante pela Câmara dos deputados e fora para o senado...
Tinha tido o projeto o apoio fervoroso do ministério João Alfredo, e teve, logo que aprovado, a assinatura da princesa regente D. Izabel.
A notícia correu pelo então Império com a celebridade de boas novas, dos acontecimentos magnos que impressionaram os povos.
Em todo o território ecoou o brado de – salve 13 de maio – cujo sol iluminava o Brasil imaculado, sem sombras na sua vida de país livre e digno.
E os rumores da grande festa atravessaram os oceanos e foram juntar-se harmonicamente aos aplausos que o mundo civilizado nos dispensava.
Foi assim que 13 de maio ficou sendo a - áurea data -.
*Matéria repetida no tema ESCRAVIDÃO
Tema: ABOLIÇÃO
Orgão de imprensa: A BAÍA
Data da notícia: 16-09-1905
Ano: Ano: X
Número: nº: 2884
Dia da semana: Sábado
Página: 1
Coluna: 5
Caderno:
Manchete: NO DIA DE HOJE
Texto:
{...}
EM 1865 “Entre os expedicionários para a guerra do Paraguai, achava-se abordo do vapor Oyapock, onde seguiam viagem um soldado de nome Romualdo, que foi reclamado como escravo, e estando presente o presidente da Província, o conselheiro Manoel Pinto de Souza Dantas, compadecendo-se das lamentações do infeliz, antepôs-se ao reclamante e disse-lhes com a mais feliz inspiração de patriotismo e liberdade.
-Este homem, que vestiu a farda de Voluntário da Pátria., não pode voltar mais à condição de escravo; outros, senhores foram atendidos, quando reclamaram em tempo- agora é tarde- veja quanto exige pela liberdade dele e mande receber o seu valor.
Este nobre procedimento foi recebido com vivos aplausos pelos circunstantes que dirigiram fel licitações ao presidente da Província.
O voluntário Romualdo seguiu viagem e senhor recebeu a importância do escravo, a quem foi passada a carta de liberdade.”
Tema: ABOLIÇÃO
Orgão de imprensa: A BAÍA
Data da notícia: 28-09-1905
Ano: Ano: X
Número: nº: 2894
Dia da semana: Quinta-feira
Página: 2
Coluna: 2
Caderno:
Manchete: 28 DE SETEMBRO
Texto:
Passou ontem umas das mais notáveis datas da nossa pátria, um a das mais fulgurantes na história da humanidade.
{...}
A aurora de 28 de Setembro de 1871 veio marcar uma época memorável para a liberdade no Brasil.
A princesa imperial, regente do Império, cheia de nobre orgulho por ver coroados os desejos de seu pai e imperador, o Sr. D. Pedro II e da nação brasileira, entregou-lhe na sua volta ao Império do qual se achava ausente. O majestoso decreto, no qual ela, em nome dele, a pátria e a Igreja cristã escreveram em letras de ouro, e para sempre, estas tocantes palavras:
Ninguém mais nascerá escravo no Brasil.
{...}
Tema: ABOLIÇÃO
Orgão de imprensa: A BAÍA
Data da notícia: 14-07-1908
Ano: Ano: XIII
Número: nº: 3694
Dia da semana: Domingo
Página: 2
Coluna: 6
Caderno:
Manchete: CASTRO ALVES O MONUMENTO
Texto:
Ao lado dos que batalham pelo mármore a Castro Alves, agora, como desde o alvorecer da justiceira idéia remissora estamos nós....
{...}
Castro Alves foi a mais forte expressão da mentalidade brasileira, o gênio da poesia latina, o oráculo da República e o campeão iluminado do abolicionismo.
{...}
É assim Castro Alves.
Resta à Bahia cumprir o seu dever; dar-lhe a migalha sagrada de um mármore na praça pública.
Tema: ABOLIÇÃO
Orgão de imprensa: A BAÍA
Data da notícia: 07-07-1908
Ano: Ano: XIII
Número: nº: 3710
Dia da semana: Terça-feira
Página: 1
Coluna: 4
Caderno:
Manchete: CASTRO ALVES
Texto:
Na data de ontem, em 1871, deu-se o desaparecimento entre os vivos, do grande poeta baiano Antônio de Castro Alves, o excelso defensor da liberdade da raça negra.
Patriota, soube com brilhantismo, celebrar, em versos ardentes, as glórias nacionais, como o amor em estrofes de aprimorado.
Vivida lembrança guarda a alma baiana de Castro Alves, de nós aproximado pela saudade.
Tema: ABOLIÇÃO
Orgão de imprensa: O SERRINHENSE
Data da notícia: 18-05-1924
Ano: Ano: 1
Número: nº: 1
Dia da semana: Domingo
Página: 1
Coluna: 3
Caderno:
Manchete: 13 DE MAIO
Texto:
Manhã sorridente e clara sucedendo às tenebrosidades horripilantes de uma noite fria...
{...}
A sua luz coada através dezenove séculos e a sua fragrância concentrada nesse largo período de tempo, vieram, na data imperecível de 13 de maio, apagar do límpido e formoso céu da nossa Pátria a mancha mal agourenta do cativeiro, e embeber o oxigênio dos nossos ares puríssimo na onda recendente da civilização.
O brilhante fato, tombado para a História, cada ano ressuscita na lembrança da posteridade que exulta ao comemorá-lo e não lhe regateia bênçãos, louvores e aplausos fervorosos.
Salve 13 de Maio!!!
Tema: ABOLIÇÃO
Orgão de imprensa: A ORDEM
Data da notícia: 05-12-1900
Ano:
Número: nº 37
Dia da semana: Sábado
Página: 1
Coluna: Editorial
Caderno:
Manchete: 13 DE MAIO
Texto:
O dia 13 de maio de 1888 é o maior dia da história brasileira.
Se ele não é hoje ruidosamente festejado em todos os recantos da nação, com toda essa pompa grandiosa das solenizações das datas verdadeiramente populares, é por que várias causas, aliás de caráter passageiro, concorrem para isso.
Entre elas, poderíamos citar essa do descontentamento profundo em que se acha o povo, em conseqüência da anarquia que tem lavrado e continua a lavrar pelo país e que o faz quase ter saudades do antigo estado de coisas.
Mas, no dia em que a Liberdade for uma realidade entre nós, o povo lançando o seu olhar pelo passado adentro e deparando na nossa história com essa data imortal de 13 de maio, há de dobrar o joelho para adorá-la, como a data salutar em que verdadeiramente ele começou a ser livre.
Pelo lado político, pode-se dizer que a data de 13 de maio marca o dia da possibilidade da República no Brasil.
Com efeito, o trono tinha apenas um ponto de apoio entre nós –a escravidão.
Era esta que lhe fornecia ainda ombros para suportes do seu velho arcabouço institucional –os ombros dos senhores dos escravos.
Abolida a escravidão, o trono teria que baquear no vácuo.
E baqueou.
13 de maio de 1888 foi a véspera de 15 de Novembro de 1889.
Por isso é que os panegiristas de Pedro II atrevem-se a dizer que ele foi tão magnânimo que não trepidou em jogar, em bem do povo, a sorte de sua casa...
Isso não é exato e precisa de ser ratificado.
A abolição, antes de ser decretada pelo governo para toda a nação, já estava feita pelo povo no Ceará, no Amazonas, no Rio Grande do Sul e em grande número de cidades trabalhadas pela propaganda.
O decreto de Isabel, a Redentora, foi a conseqüência forçada do grande movimento abolicionista.
Ele não foi filho da magnanidade da dinastia reinante; foi, antes, filho de uma especulação da última hora...
Já não podendo opor diques à corrente assoberbadora do movimento abolicionista, a dinastia resolveu afinal associar-se a esse movimento para ver se seria ainda carregada por ele em triunfo, no meio dos aplausos e das bênçãos do povo.
Era tarde para isso: o povo considerava já, como de direito, a abolição – obra sua, exclusivamente sua.
Mas, por outro lado, os escravocratas não tinham também mais interesse algum em emprestar os seus ombros para suportes do trono.
E, no dia seguinte ao da abolição, via-se a monarquia ser enxotada do país sem o clamor de um protesto.
Pelo lado moral, pode-se dizer também que a data de 13 de maio de 1888 marca o dia do começo da formação do caráter do brasileiro.
Num país em que as crianças nutrem-se do leite de escravas, os homens não podem deixar de ter o gérmen do servilismo a correr-lhes pelas veias, no sangue...
E era por isso que Pedro II ria-se da revolta esporádica de alguns de seus mais ativos súditos.
Ser-lhe-ia facílimo chamá-los à obediência, desde que o quisesse.
Ele bem sabia que no fundo de cada brasileiro havia, mais ou menos um escravo.
É proverbial a fama que deixou esse manhoso monarca – de hábil corruptor dos mais sólidos caracteres.
A escravidão impossibilitando a homogeneização das raças e, portanto, a unificação das idéias e dos sentimentos, impossibilitava por isso mesmo a formação do caráter nacional.
Todas as manifestações de gloriosa rebeldia da nossa história não passaram de movimentos locais, sem repercussão alguma pelo resto do país.
Todas essa páginas de honra que a idéia republicana escreveu nos anais pátrios, a começar pelo movimento republicano de 1710 e a acabar pelo próprio 13 de maio de 1888 marca o dia do nascimento da riqueza particular e pública da nação.
A escravidão representava tudo quanto havia de antiético ao desenvolvimento do progresso material da nação e a propriedades das finanças públicas.
O Brasil era a lavoura e a lavoura era o escravo.
No principio, o escravo custou esses milhares de contos de réis que se pagaram ao tráfico; e, depois, passou a redundar na criação dos grandes latifúndios incultos; no afastamento dos benefícios correntes da imigração estrangeira; na condenação à ociosidade forçada de milhões de brações dos brasileiros livres e no alargamento da instituição parasitária do funcionalismo extra-numerário.
Isso, na esfera da vida pública, a escravidão representava, no exterior, a política de isolamento do Brasil das nações civilizadas e, no interior, a política de centralização das províncias do Império.
As finanças públicas viviam do empréstimo tomado ao estrangeiro.
Por esse lado, a escravidão legou-nos o pauperismo e a bancarrota.
De sorte que, só desde o dia em que o Brasil começou verdadeiramente a prosperar.
O progresso não foi ainda maior por causa das constantes agitações por que tem passado o país de 89 pra cá, mas não há quem não veja e assinale os resultados mais ou menos brilhantes da inauguração de trabalho livre.
E, assim por diante, sob qualquer ponto de vista –material, moral ou intelectual- do qual se assim essa benéfica data de 13 de maio de 1888, pode-se afirmar que a história brasileira não possui outra tão fecunda quanto ela.
Se algumas se lhe podem aproximar, são essas benditas datas precursoras de 1817, o imortal 1817 pernambucano, 1831, 1850 e 1871.
E, para que o 13 de maio refulgisse no tempo e no espaço com todo o brilho salutar de uma data humana, quis a providência das coisas que ele fosse uma data incruenta.
O sangue generoso dos escravos correra abundantemente – em borbotões nas gloriosas revoltas dos Ennos dos Spartacos e dos nossos Zumbis; e, gota a gota, diuturnamente, das costas, de um por um dos negros brasileiros, sob o azorrague dos feitores, no eito...
A luta pela liberdade, ensangüentara já a terra da América na terrível guerra de separação do Sul contra o Norte da grande República norte-americana...
Era preciso que o Brasil abolisse a escravidão por um movimento pacifico.
Ele o fez aos aplausos do mundo inteiro.
Ave, glorioso e imortal 13 de maio!
Tema: ABOLIÇÃO
Orgão de imprensa: A ORDEM
Data da notícia: 15-09-1900
Ano:
Número: nº 72
Dia da semana: Sábado
Página: 1
Coluna:
Caderno:
Manchete: DELICADA OFERTA
Texto:
O Sr. professor Cincinnato Franca, nosso conterrâneo, acaba de nos remeter da capital do Estado um exemplar da fotografia dos alunos da escola da Penha, sob a sua prevecta direção, mantida pelo poder judiciário contra o ato ilegal de sua remoção pelo intendente o Sr. Dr. José Eduardo Freire de Carvalho Filho.
Cincinnato Franca que foi um intrépido abolicionista nos últimos tempos entre nós, tem o nome perenemente gravado no coração de mocidade cachoeirana, como um dos seus mais esforçados preceptores.
No próprio verso da fotografia, o nosso digno conterrâneo, vítima da insânia política do Sr. Luiz Vianna e seus amigos, fez-nos a seguinte dedicatória: -- “À ilustrada redação de A Ordem oferece Cincinnato Franca o retrato de seus leais e amáveis discípulos, companheiros do martírio imposto pela prepotência a arbitrariedade do Sr. intendente J. E. Freire de Carvalho Filho.”
Ao Sr. professor Cincinnato Franca agradecemos a gentileza da oferta.
Tema: ABOLIÇÃO
Orgão de imprensa: A COISA
Data da notícia: 13-05-1900
Ano: Ano: III
Número: nº 139
Dia da semana: Quinta-feira
Página: 1
Coluna: 2
Caderno:
Manchete: TREZE DE MAIO
Texto:
Tem impressa a figura de um homem negro, segurando correntes abertas e com um ponto de interrogação no lugar da cabeça.
Tem doze anos apenas, e já o esquecimento empolgou-o!
Cruel Esquecimento, ou ingrato Povo que tão cedo esquece as datas mais gloriosas de sua existência!
“Por uma casualidade, dessas que descem de além”, foi comemorado o 4º centenário do descobrimento do País em que viram a luz; mais foi o quarto, que os outros passaram em completo olvido!...
Quem sabe se ao 13 de maio não aguarda igual sorte?
Esperam que adquira cabelos brancos, que o pesado fardo de cem anos caia-lhe sobre as costas para renderem-lhe justos pleitos de homenagem!
Para comemorar a áurea Lei da Re(...)enção do Brasil, que passa hoje, nem uma festa, nem nada! Entretanto, para receber o novo chefe do Estado, preparam-se pomposas festas, de arromba!
E ainda não extinguiram-se todas as vítimas da inqualificável barbaria a quem sublime Lei libertou dos pesados grilhões que lhe algemavam o pulso forte e destro no manejo dos aparelhos do trabalho!!...
Mas, desses mesmos, poucos lembram-se no dia de hoje de que Sol da Liberdade que fruem despontou para eles no dia 13 de Maio, há 12 anos!
É que ninguém quer ser carigé! Por isso não festejam a grande data! Têm vergonha, mas vergonha de que?
De terem sido vítimas da selvageria, da desumanidade daqueles seus semelhantes que, hoje queiram ou não queiram, são tão bons como eles?
Tema: ABOLIÇÃO
Orgão de imprensa: JORNAL DE NOTÍCIAS
Data da notícia: 05-12-1900
Ano: Ano: XXI
Número: nº: 6092
Dia da semana: Quarta-feira
Página: 1
Coluna: Editorial
Caderno:
Manchete: 13 DE MAIO
Texto:
Comemora amanhã a Pátria brasileira a emancipação da consciência perante o mundo.
Quebrando os derradeiros laços que a prendiam à pior e à mais cruel das injustiças humanas _ a escravidão, reabilitou-se, podendo, assim, sentar-se ao lado dos povos engrandecidos pela liberdade.
De que lutas foi teatro, então, o regime passado! Era, de um lado, a voz eloqüente do tribuno, espalhando na alma do povo - campo sagrado a sementeira das idéias liberais - todos os ódios contra o escravismo, que se nutriu de lágrimas, de desesperanças e de humilhações; de outro, a imprensa, a grande força de todos os movimentos, da qual só não se arreciam os imbecis e os tiranos, a registrar fatos, divulgar todos os meios de propaganda, a dor a rebate contra as ameaças, a anunciar ao mundo, no seu clarim alvinitente, o próximo advento do Brasil livre.
Vidas expostas a todos os perigos, bolsas que se esvaziavam, sacrifícios de toda a sorte - eis os resumo da história dos abolicionistas no Brasil, dos que obrigaram a ser levada da tribuna pública e da imprensa para o parlamento a magna questão de um golpe derradeiro na vergonha que nos abatia o caráter de humanos e de civilizados.
Glorifiquemos, pois, os heróis do abolicionismo. aos que dormem o som no eterno, e sobre cujas sepulturas o Cruzeiro do céu da Pátria derrama a luz doce e santa de sua constelação, como uma benção desse mesmo Deus que morrera pela humanidade nos braços de um vil instrumento de suplicio a nossa saudade imperecível, a nossa gratidão de patriotas.
Aos que vivem ainda, aos que se rejubilarem amanhã com a lembrança do grande dia - em que o Brasil celebrou o seu mais solene Te-Deum pontificando a Liberdade em nome da Igualdade e da Paz - o nosso abraço de irmão, que vêem no esforço dos heróis incitamento, estimulo fecundo para todos os combates.
Pela Pátria livre - seja o lema sempre dos que trabalham pela reabilitação completa do Brasil.
Tema: ABOLIÇÃO
Orgão de imprensa: JORNAL DE NOTÍCIAS
Data da notícia: 07-06-1900
Ano: Ano: XXI
Número: nº: 6135
Dia da semana:
Página: 1
Coluna: Editorial
Caderno:
Manchete:
Texto:
No Editorial consta uma nota sobre a passagem dos 29 anos da morte de Castro Alves, “O Poeta dos Escravos”.
Tema: ABOLIÇÃO
Orgão de imprensa: JORNAL DE NOTÍCIAS
Data da notícia: 07-10-1900
Ano: Ano: XXI
Número: nº: 6138
Dia da semana:
Página: 1
Coluna: Editorial
Caderno:
Manchete: DATA DE HONRA
Texto:
Há 19 anos, na data de hoje, a futurosa província do Amazonas proclamou a civilização e à humanidade que já não havia ali distinções entre escravos e senhores, e todos os seus habitantes eram homens livres. Importantíssima conquista, que fortemente impulsionou a propaganda da abolição que então agitava o país, chamando ao seu serviço todos os talentos e todas as atividades, extravasando da imprensa para as ruas, das ruas para o parlamento e subindo deste até o trono, em nome da vontade popular, então uma verdade e uma força.
Sempre nos referimos com máximo orgulho a este movimento de generosidade e de brio, que pregado com a mais ampla liberdade, de palavras e de ação, nos jornais e nos encontros, se apossara dentro em pouco de todas as almas e, fenômeno altamente honroso ao nome brasileiro, alistava entre os apóstolos da libertação os próprios possuidores de escravos não conhecemos na história nacional proceder que mais nos leve, e nem mesmo na vida de outros países deparamos afirmação mais solene, nem mais sincera, dos sentimentos de humanidade, do que esse de norte a sul patenteado pelo povo brasileiro.
Tanto mais nos engrandece esse movimento quanto foi ele travado e mantido contra os interesses de um trono, por sua vez assentado nos interesses de uma poderosa classe, que áurea riquezas e prestigio na secular instituição da escravatura.
E, embalde isso podia-se então falar de tribuna e podia-se escrever na imprensa, com a mais completa franqueza e plenitude de garantias, dizendo-se em nome do povo, o que o povo queria e o que pensava, sem medo a que os mosquetões dos soldados do governo intimassem ao silêncio ou vitimassem os propagandistas, sob essa máscara de prestigio à lei e ao principio, da autoridade, que, anos depois, e tantas vezes, temos visto afivelada para a prática das mais selváticas violências em grude para os rótulos de benemerência de ambiciosos sindicateiros políticos.
Então podia-se defender abertamente a liberdade de outro homem, abalando assim os alicerces de um trono, o que sempre era mais que não poder depois defender a própria, contra os interesses de feudatários quatrienais, tornados, pelo terror, invioláveis à critica dos tribunos.
E por isso, sempre que passa uma data, como a de hoje, relembrando o que foi a ingente propaganda abolicionista no Brasil, renhida à sombra tutelar das mais amplas garantias de palavra e de ação, devemos nos sentir orgulhosos pelo que então fizemos e tristes, pelo que talvez não nos fosse possível fazer, com tamanha liberdade, nos tempos em que e delitos discutir até os atos dos administradores que armados até os dentes, assentam o seu exercício nas ilegalidades, nas ameaças, no bem estar próprio e no desprezo acintoso à opinião pública.
Tema: ABOLIÇÃO
Orgão de imprensa: JORNAL DE NOTÍCIAS
Data da notícia: 05-12-1902
Ano:
Número: nº XX
Dia da semana: Segunda-feira
Página: 1
Coluna: XXXXXXXXXXX
Caderno:
Manchete: 13 DE MAIO
Texto:
Passa amanhã o aniversário do maior acontecimento da vida política do Brasil.
A propaganda tenaz do abolicionismo conseguiu, escalando todas as muralhas que o obscurantismo lhe antepunha ascender a aurora sem acaso da emancipação de uma raça, em cujas energias tudo ia buscar – desde o carrasco das forças até o impulsionador das maiores fontes da riqueza pública.
Enquanto a fortuna abria aos senhores a alegria da opulência, o chicote vibrava no terreiro, despedaçando o corpo de entes humanos, que uma lei bárbara transformava em uma simples coisa possuída e que a desumanidade tratava como bestas feras. E até as próprias mães não podia ter alegrias em suas senzalas, quando, de mistura com o sangue que o látego lhes arrancava das carnes, amamentava as suas criaturinhas, que mais tarde iriam sofrer o mesmo martírio.
E o mundo civilizado, olhando para a constelação do Cruzeiro, que diviniza a nossa bandeira, via uma sombra que lhe toldava os brilhos, vira uma vergonha enorme que lhe servia de negro dossel, como uma ironia. Àquele que morrera justamente para redimir a humanidade do erro e da escravidão.
Pouco a pouco a voz da imprensa foi crescendo, formando coro com ela a palavra dos tribunos, o protesto do próprio povo. Foi, então, que a palavra de Rio Branco, a cuja memória a Pátria presta no dia de amanhã a homenagem de sua consagração, iluminada como se fosse a palavra de um Apostolo conseguiu contra o escravismo o primeiro golpe – a libertação do ventre escravo.
Nunca o sol iluminou com tanta intensidade, com uma luz tão alegre, a senzala da miséria escrava, como no dia em que esta beijou rindo o berço do seu filho emancipado.
Mas, a propaganda não ficou aí, foi mais além, quis o golpe supremo, e este desceu vibrado pelo povo, cuja voz, penetrando no parlamento e saindo até o trono, conseguiu que a história da Pátria registrasse o 13 de maio de 1888 como a data da emancipação da consciência brasileira.
Honra aos heróis da grande campanha, honra a todos aqueles que souberam legar uma Pátria nova às gerações que hoje os envolve em uma benção confortadora.
A bandeira da Pátria sacudia pelos ventos da República, que há de felicitá-la, tornando-a maior ainda, desfralda-se hoje orgulhosa aos olhos do mundo mostrando o símbolo que a protege cada vez mais iluminado.
- A Carris Elétricos toma parte amanhã nos festejos comemorativos da áurea data da abolição da escravatura no Brasil, mandando iluminar vistosamente a fachada do seu edifício, em Roma, havendo uma combinação de lâmpadas elétricas formando uma brilhante alusão ao Brasil.
Além da iluminação geral, haverá uma banda de música, que tocará as 10 horas da noite.
Como das outras vezes, o largo de Roma será pequeno para conter os moradores de Itapagipe e mares e visitantes da cidade.
O proprietária da Roma Hálle nos comunicou que os seus fregueses encontrarão toda sorte de bebidas geladas sorvetes, sanduíches, empadas, etc.
Conferência – o nosso ilustrado colega de imprensa Dr. Virgilio Lemos realizara amanhã mais uma conferência na Escola Baiana, a cujo proficiente diretor, o Sr. professor Antônio Baía, agradecemos o convite que nos fez.
- A propósito da magna data, o Sr. Ismael Ribeiro, presidente do Centro Operário, enviou-nos as seguintes linhas:
“Salve 13 de Maio – É com imenso júbilo e satisfação que eu, folho deste grande ferrão, onde nasceram grandes sumidades na ciência, nas artes, nas letras, na guerra, e na paz saúdo a imorredoura data de 13 de Maio.
Tradicional Bahia! Tu, o mais poderoso, o mais hospitaleiro de todos os Estados do Brasil; tu, que já deste o exemplo de sabido valor desde a tua descoberta, asseste hoje lacrimosa a indiferença dos teus filhos, num regime de confraternização, de igualdade, de paz e de união.
Sem, choras! Tens razão de chorar, porque os dias de tua glória vão sendo esquecidos pela comunhão social.
O fogo ardente do patriotismo dia a dia vai se apagando em nosso seio, parece que tem um abismo insondável cava-se em nossos pés, razão pela qual nada mais vemos, a não ser esta poderosa alavanca: - Deusa da Esperança.
Meus concidadãos, é preciso revigorar a alma baiana.
Não deixem morrer a data de nossa emancipação.
Terminando, saúdo a imprensa abolicionista de todos os estados do Brasil, especialmente a baiana, que, em luta titânica, soube atirar para o charco os mercenários da carne humana.
Saúdo o povo pala data de 13 de maio! Viva a imprensa! Viva o povo Baiano!
Aos combatentes abolicionistas que dormem na mansão dos justos – um punhado de goivos”.
Maio de 1902 – Ismael Ribeiro
Tema: ABOLIÇÃO
Orgão de imprensa: JORNAL DE NOTÍCIAS
Data da notícia: 14-03-1902
Ano:
Número: nº XX
Dia da semana: Sexta-feira
Página: 1
Coluna: XXXXXXXXXXX
Caderno:
Manchete: CASTRO ALVES
Texto:
A data de hoje merece todas as festas da Pátria. Ela relembra o nascimento de um de seus filhos gloriosos, eleito pelos Deuses servidor das suas causas nobres e perpetuador do nome nacional em padrões de inteligência.
Registrando-a saudamos o gênio redivivo de Castro Alves, o grande poeta, o ardoroso Cantor dos Escravos, a cujo astro, e a cujo patriotismo esperamos ver em breve erguido, numa das praças, o momento de apreço postero a que tem [?] direito o imortal autor da Cachoeira de Paulo Afonso.
Tema: ABOLIÇÃO
Orgão de imprensa: CORREIO DA TARDE
Data da notícia: 02-10-1903
Ano:
Número: nº XX
Dia da semana: Terça-feira
Página: 2
Coluna: XXXXXX
Caderno:
Manchete: Dr. JOSÉ MARIANO
Texto:
De passagem para Pernambuco esteve, hoje, entre nós, o festejado tribuno pernambucano Dr. José Mariano Carneiro Cunha um dos defensores mais extremosos que a santa causa da abolição dos cativos teve no nosso país.
Saudando ao ilustre patrício desejamos-lhe excelente viagem.
Tema: ABOLIÇÃO
Orgão de imprensa: CORREIO DA TARDE
Data da notícia: 14-05-1903
Ano:
Número: nº XX
Dia da semana: Quinta-feira
Página: 1
Coluna: Informações
Caderno:
Manchete: 13 DE MAIO
Texto:
RESUMO: A matéria traz, embora o título, uma pequena referência a libertação dos escravos.
Tema: ABOLIÇÃO
Orgão de imprensa: DIÁRIO DE NOTÍCIAS
Data da notícia: 05-12-1903
Ano: Ano: XXIX
Número:
Dia da semana: Terça-feira
Página: 1
Coluna: 3
Caderno:
Manchete:
Texto:
Passa amanhã o aniversário da gloriosa data em que fio abolida a escravidão no Brasil.
Não pode haver coração de brasileiro, que não se repasse das mais vivas alegrias ante a comemoração desse grandioso fato, que ao mesmo tempo que reparava o grande e negro crime cometido entre uma raça de irmãos, constituía - ao transforma-se em realidade um dos fatores mais poderosos para o advento da República.
Aspiração de longa data intrépida e nunca abandonada pela propaganda, em cujos filhos se alistavam as maiores competências nacionais, quer pelos prestígios, quer pelos talentos, porfiando por sua completa realização, deixou de ser um sonho, um ideal, para trazer-nos, há quinze anos, numa ridente alvorada, a esperança de que dias não remotos se terminaria a gloriosa conquista, em sua mais ampla concepção, mediante a República.
Por isto, e à luz destas idéias, não podem deixar solenes outras datas de que as de 13 de maio e 15 de novembro.
Honra aos batalhadores de todos os tempos onde quer que se manifeste o esforço de sua atividade, de seu exemplo, de seu heroísmo, para firmarem o alicerce das nacionalidades inspirando-se no ideal do direito e da liberdade.
Honra aos percussores da República, os apóstolos da causa da abolição quando, em luta contra os preconceitos do trono, o fizeram capítulos e proclamar a Vitória do ideal que se traduz na grande lei.
O Diário de Notícias, em homenagem à imorredoura data, deixará de ser editado amanhã e conservará fechadas as suas oficinas.
Tema: ABOLIÇÃO
Orgão de imprensa: JORNAL DE NOTÍCIAS
Data da notícia: 05-11-1903
Ano: Ano: XXIV
Número: nº: 6978
Dia da semana: Segunda-feira
Página: 1
Coluna: Editorial
Caderno:
Manchete: DATAS CÉLEBRES
Texto:
Vai passar depois de amanhã, em meio da indiferença de costume, entre nós, mais uma data celebre – a que lembra a este país uma das suas maiores conquistas, a libertação dos escravos, campanha gloriosa do povo que a fez passar paro o parlamento e depois a viu, vitoriosa, descer to trono, a produzir os seus efeitos benéficos, elevando o nosso país diante dos povos cultos!
Em comemoração a data adamantina de 13 de maio, apenas consta até agora o espetáculo da Companhia Dias Braga e nada mais.