Tema: CANDOMBLÉ, CURANDEIROS E FEITICEIROS
Orgão de imprensa: GAZETA DO POVO
Data da notícia: 30-10-1905
Ano: Ano: 1
Número: nº 83
Dia da semana: Segunda-feira
Página: 1
Coluna: 2
Caderno:
Manchete: FOTOGRAFIA
Texto:
O Sr. Generoso Portela, fotógrafo estabelecido à ladeira de S. Bento, n. 8, ofertou-nos uma fotografia, formato grande, retratando uma festa de pretos, candomblé, há dias realizada no Garcia.
O mesmo ofertante teve o ensejo de mostrar-nos também alguns cartões postais com paisagens e retratos que apronta, ao gosto do freguês, por módico preço.
Agradecidos.
Tema: CANDOMBLÉ, CURANDEIROS E FEITICEIROS
Orgão de imprensa: GAZETA DO POVO
Data da notícia: 25-11-1905
Ano: Ano: 1
Número: nº 104
Dia da semana: Sábado
Página: 1
Coluna: Telegramas
Caderno:
Manchete: SATURNAIS
Texto:
A Gazeta de Notícias denunciou a existência de uma casa na Rua do Barão de Maranguape, onde se celebram missas negras, verdadeiras saturnais, nas quais tomam parte além de um negro asqueroso e de prostitutas, diversos meninos e meninas.
Segundo assevera a mesma folha são praticadas ali obscenidades inqualificáveis.
Tema: CANDOMBLÉ, CURANDEIROS E FEITICEIROS
Orgão de imprensa: GAZETA DO POVO
Data da notícia: 02-07-1906
Ano: Ano: 2
Número: nº161
Dia da semana: Quarta-feira
Página: 2
Coluna: 3
Caderno:
Manchete: SAMBA, BATUQUE E CANDOMBLÉ
Texto:
O Sr. José Maria Tourinho, chefe de polícia, oficiou ao delegados e sub-delegados desta capital, recomendando-lhes proibição formal dos sambas, batuques e candomblés, gêneros de diversões que muito depõem de nossos créditos de povo civilizado e que são verdadeiros centros de atentados à moral e a ordem pública.
Se, desta feita, os desejos daquela autoridade encontrarem repercussão no animo dos seus subalternos, s.s. terá prestado um serviço.
___
Damos na integra o ofício a que nos referimos linhas acima:
“Aos srs. delegados da 1ª e 2ª circunscrições.
Recomendo-vos que espessais as mais terminantes ordens aos sub-delegados da vossa circunscrição, no sentido de serem absolutamente proibidos os sambas, batuques e “candomblés”, que, além de perturbarem a paz e o sossego públicos, são depoentes da nossa civilização.
Espero de vosso reconhecido zelo e dedicação ao serviço público que essa minha recomendação seja rigorosamente observada. – O chefe de polícia, Dr. José Maria Tourinho.”
Tema: CIENTÍFICAS
Orgão de imprensa: A BAÍA
Data da notícia: 01-05-1903
Ano: Ano: VIII
Número: nº: 2113
Dia da semana: Segunda-feira
Página: 2
Coluna: 3
Caderno:
Manchete: OBSERVAÇÃO INTERESSANTE
Texto:
Um professor de uma universidade estrangeira teve a idéia de estudar as relações existentes entre as notas obtidas pelos seus discípulos e a cor dos seus cabelos.
Nas classes de recitação ocupam os primeiros lugares os rapazes de cabelos castanhos. Mas em compensação quem melhor sabe as lições são as rapareguitas loirinhas.
Para o cálculo os rapazinhos de cabelo castanho gozam da mesma vantagem rivalizado com eles nessa matéria as graciosas loirinhas. Em matéria de estilo triunfam os morenos.
Os ruivos e as ruivas estão mal qualificados em todas as matérias, mas no entretanto no concernente ao comportamento as ruivas têm melhores notas que as morenas, e quanto à recitação deixam à distancia as... castanhas.
Entre os rapazes os morenos, são em geral os que tem melhores notas.
Convém, porém, ter em considerarão que estas estatísticas são muito difíceis de fazer e ninguém é obrigado a tê-las por infalíveis.
Tema: CIENTÍFICAS
Orgão de imprensa: A BAÍA
Data da notícia: 17-06-1903
Ano: Ano: VIII
Número: nº: 2224
Dia da semana: Quarta-feira
Página: 1
Coluna: 6
Caderno:
Manchete: OS PIGMEUS
Texto:
Um antropologista alemão, Herr Tnilenuis, demonstrou recentemente que os pigmeus, que hoje em dia são encontrados unicamente no interior da África, estiveram nos tempos pré-históricos espalhados por todas as partes da Europa. Numerosos esqueletos encontrados na Sibéria mostram que a estatura dos homens a que pertenciam não passava de 4 ½ pés de altura (1m,35). Havia igualmente pigmeus na Suíça e na Alsácia. Essas raças pequeninas parecem ter persistido até épocas comparativamente recentes. Os pigmeus da Sibéria, por exemplo, foram contemporâneos dos Romanos, e existiram até o século X.
Atualmente não há vestígio algum de semelhante raça, porém seus esqueletos aí ficam para provar sua existência.
Tema: CIENTÍFICAS
Orgão de imprensa: A BAÍA
Data da notícia: 25-11-1903
Ano: Ano: VIII
Número: nº: 2375
Dia da semana: Quarta-feira
Página: 2
Coluna: 3
Caderno:
Manchete: Oswaldo de Faria INTERVIEW
Texto:
O novo inventor brasileiro, cujo nome serve de epígrafe a estas linhas, ainda é um menino de 16 anos, magro morenozito, de estatura abaixo da mediana, com uma leve penugem,...
Reside há sete anos em Paris.
Como se sabe ele conseguiu construir um aparelho que regula a luz elétrica “de uma forma ideal”, segundo o dizer dos sábios.
Tema: CIENTÍFICAS
Orgão de imprensa: A BAÍA
Data da notícia: 21-10-1903
Ano: Ano: VIII
Número: nº: 2345
Dia da semana: Sábado
Página: 1
Coluna: 6
Caderno:
Manchete: ACUIDADE AUDITIVA DO SELVAGEM
Texto:
A dar-se credito às narrações dos exploradores e dos globetotteres, os selvagens, estando mais próximos da natureza, teriam os sentidos em geral, e o sentido do ouvido, em particular, infinitamente mais desenvolvidos do que os civilizados.
Não porque os selvagens estejam, como se diz, perto da natureza,... mas porque o gênero de vida que levam obriga-os a ter sempre o ouvido alerta.
Pelo fato dos Peles Vermelhas ou Peles Negras perceberem facilmente sons que escapam aos Rostos Pálidos, reconhecerem imediatamente a sua direção a natureza e interpretados com exatidão, não se segue por isso que eles sejam, a este respeito mais aquinhoados do que nós. A verdade é que esta subtileza não se manifesta de forma alguma senão a propósito de um certo número de ruídos com os quais seu ouvido está familiarizado desde sua infância, inconscientemente de algum modo e que, por conseguintemente, apanham por instinto na passagem, sem nunca se enganarem: simples questão de prática e de educação. Mas isto nada prova ao que diz respeito a audição.
Para resolver a questão de maneira científica seria preciso submeter paralelamente certo número de selvagens e certo número de civilizados a provas metódicas.
Tema: CIENTÍFICAS
Orgão de imprensa: A BAÍA
Data da notícia: 16-12-1903
Ano: Ano: VIII
Número: nº: 2400
Dia da semana: Sábado
Página: 1
Coluna: 4
Caderno:
Manchete: EXTRAVAGÂNCIAS A PELE DAS MULHERES
Texto:
Assegura-se que é certo que se fazem encadernações com a pele humana, empregando-se sobretudo a da mulher que é mais flexível e forte que a do homem.
{...}
As mais recentes encadernações em pele humana são uma obra de Camillo Flamarion, sobre as estrelas, e a Cabana do Pai Thomaz, que um rico amador de Chicago fez encadernar em pele de negra.
Tema: CIENTÍFICAS
Orgão de imprensa: A ORDEM
Data da notícia: 11-03-1900
Ano:
Número: nº 85
Dia da semana: Sábado
Página: 3
Coluna:
Caderno:
Manchete: LOMBROSO E O ASSASSINO DO REI HUMBERTO
Texto:
O professor Lombroso, que tem estudado a compleição de todos os criminosos célebres, publica no “Adriático”, jornal de Veneza, um longo estudo acerca do regicida Bresci, o repugnante assassino do rei Humberto.
Depois de ter cuidadosamente recolhido os antecedentes psicológicos e fisiológicos do assassino, o notável professor tira a seguinte conclusão:
“Em suma, não é um louco, nem um apaixonado, nem um criminoso nato; é o que nós Chamamos um delinqüente de ocasião. E o que há de mais singular e de mais importante, é que esta espécie não figura nem em primeira nem em segunda linha em crimes políticos. Até aqui, entre os regicidas ou homicidas, tem havido alguns que são doidos: Passavante, Acciarito, etc.; muitos criminosos: Ravachol, Pini, Parreeggiani, Ortiz etc.; apaixonados em maior número ainda: Caserio, Vaillant e Henry.
Em todos estes criminosos, o organismo interior teve mais ação do que a causa exterior. Neste, ao contrario, foi a ocasião que predominou sobre as condições do organismo.”
Tema: CIENTÍFICAS
Orgão de imprensa: DIÁRIO DE NOTÍCIAS
Data da notícia: 02-12-1900
Ano: Ano: 27
Número:
Dia da semana: Segunda-feira
Página: 1
Coluna: 7
Caderno:
Manchete: NOVA RAÇA
Texto:
Suspeita de encontro de uma nova raça, um corpo de uma mulher múmia 2,50 altura, cabelos conservados e dentes, pés como se todos os dedos fossem iguais em forma de retângulo, imensos, etc.
Tema: CIENTÍFICAS
Orgão de imprensa: CORREIO DE NOTÍCIAS
Data da notícia: 30-04-1900
Ano: Ano: XXX
Número:
Dia da semana: Segunda-feira
Página: 2
Coluna: 3
Caderno:
Manchete: AS TRÊS RAÇAS, A SOCIEDADE, O ELEMENTO MORAL, OS JESUÍTAS E ANCHIETA
Texto:
Logo cedo no Brasil, na sua capital como nas demais povoações foi deturpada pelo conflito das raças, disfarçado em democracia, fruto antes da luxúria que da piedade dos brancos peninsulares. Desde o primeiro momento o branco e o negro se confundem.
O contato das raças inferiores com as que são mais cultas sempre desmoraliza e deprava umas as outras.
Principalmente, porém, deprava as inferiores pala opressão que sofre, sem que este seja o pior dos contatos que vem a suportar.
Claro que negros e índios não poderiam ser se não a ocasião de desdém e de ódios que ara o escárnio dos superiores, a mulher da raça inferior não consegue ser dignificada, nem mesmo depois de formada a raça mestiça. O próprio governo considerou por vezes uma infâmia o casamento promiscuo de brancos e negros. O padre Nobrega diz numa de suas cartas que um branco raptara uma índia, e, censurando o seu procedimento entendeu que estava justificado só com batizá-la.
O branco procurava (e isto havia já dois séculos na península) o pretexto real do clima para os puros trabalhos de agricultura tropical.
E assim escravizara os negros e agora quando podia, os índios.
A primeira conseqüência era a ociosidade dos remediados e ricos, o luxo e com ele a depravação energia e dos costumes. Quase toda a gente tinha escravos, ou índios, ou negros. Esse costume gerava o sarcasmo, o ódio, o desprezo de um lado e a perfídia de outro. Se acrescentar-mos que na maioria eram os brancos degradados pode-se fazer idéia dos crimes que então se cometiam e da dissolução que causava em toda sociedade. Entre raças diversas a mistura por assim dizer se torna em combinação; tais contatos destroem a humanidade no homem. Nada escapa a destruição do mal que a sociedade gera e espalha por todos caminhos onde sua seiva circula. instituindo a escravidão, a profissão principal do colono era de preza humana. A raça dos selvagens. Os que ouviram a voz do jesuíta, ou da consciência, fixaram-se no solo, fundavam os engenhos; mas compravam os escravos que os demais iam arrancar à floresta ou dos mares da África.
Os demais integravam-se às atividades vagabundas do contrabando, das rixas e demandas e do jogo “que tão público andava” diz o padre Blaque.
Os vícios dos cristãos, diz ainda o mesmo jesuíta, juntavam-se ao da gentilidade “fazendo uma embrulhada diabólica”.
A dissolução da vida moral invertera a exculpação de que os crimes “de lá” já não o eram aqui; também os holandeses de Pernambuco dirão mais tarde que não há crimes “a quem la linha equinocial”.
Os portugueses que vieram estabelecer-se nas terras do Brasil não pertenciam a classe média. Aliás pouco populosa nestes começos da idade moderna máxime em Portugal, onde não havia indústria nem já agricultura.
Tema: CIENTÍFICAS
Orgão de imprensa: CORREIO DE NOTÍCIAS
Data da notícia: 30-04-1900
Ano: Ano: XXX
Número:
Dia da semana: Segunda-feira
Página: 2
Coluna:
Caderno:
Manchete: CONTINUAÇÃO
Texto:
Eram fidalgos ou ínfimos plebeus e degradados. A maior parte, gente aventurosa e sem conseqüência.
Uns poucos vinham por senhores outros, e na maior parte por governados, senão por detentos: - melhor parte era a que buscavam a fortuna, a aventura, ou fugiam a sanha da perseguição religiosa.
Todos entretanto refletiam o estágio de alma de Portugal do tempo da inquisição país da Europa, onde era mais cara a vida e onde o monopólio de especiarias, da seda e preciosidades do oriente tinha desenvolvido o luxo, a corrupção e a profunda miséria.
Motins sanguinolentos abalavam Portugal (... )
(...) Vindos para o Brasil, os brancos traziam todo esse vícios da decadência, que não deixavam empenhar a coragem o valor e o espírito de aventura que lhes eram próprio. Os colonos são turbulentos e desumanos; em breve odeiam o trabalho que relegam ao índio ou ao negro; adaptam a indolência e aos costumes dos naturais que pervertem até fisicamente trazendo o contágio das epidemias(...)
Obs.: O elemento aristocrático é caracterizado em seguida.
O negro fruto da escravidão africana foi verdadeiramente o elemento verdadeiramente econômico criador do país e quase o único. Sem ele a colonização seria impossível ao menos dissipa-se a ilusão do ouro e das pedras preciosas que alentam em grande parte e a princípio os primeiros colonos. A adaptação ao novo clima, como a de certas plantas exercia esse arrimo dando-lhe vinha a vida. Também por outro lado foi o negro o máximo agente diferenciador da raça mista que no fim de dois séculos já afirmaria sua autonomia e originalidade nacional.
Os primeiros negros são de guiné, mas dentro de pouco o tráfico atingiu Angola e contra costa em Moçambique, de lá chegaram levas nas esquadras negreiras, todo ano
O índio formava uma população muito variada nas suas tribos, alguma destas mais distanciadas entre se,do que brancos,e possuía tal mobilidade de habitat que seria difícil, ao menos em parte assinar-lhe religião e domínio próprio.
Esse elemento étnico pouco contribuiu e contribui ainda pouco no desenvolvimento econômico e moral do pais (...)
O branco inteligente, ma atroz, o negro servil e o índio altivo, mas indolente, são os três elementos de onde vai sair a nacionalidade futura (... ).
A matéria continua mais a diante abordado sobre os primeiros jesuítas que vieram para o Brasil.
Tema: CIENTÍFICAS
Orgão de imprensa: JORNAL DE NOTÍCIAS
Data da notícia: 06-07-1902
Ano:
Número: nº XX
Dia da semana: Sábado
Página: 1
Coluna: XXXXXXXXXXX
Caderno:
Manchete:
Texto:
RESUMO: O texto refere-se a um artigo do deputado Selvio Romero sobre a “conveniência de reforçar o elemento português no Brasil”. Destaca-se o trecho onde o autor disserta sobre os feitos dos povos latinos e germânicos.
“Estabelecer traços largos de felicidade e a infelicidade dos povos latinos e germânicos; as conquistas felizes dos povos, formando uma nacionalidade.
Considera o fator da raça todos estes influxos da alma que formam o caráter.” Disserta [Selvio Romero] sobre a unidade da Alemanha e da Itália.
Tema: CIENTÍFICAS
Orgão de imprensa: CORREIO DA TARDE
Data da notícia: 02-11-1903
Ano:
Número: nº XX
Dia da semana: Quarta-feira
Página: 2
Coluna: Informações
Caderno:
Manchete:
Texto:
Os fisiologistas estão perplexos diante das singularidades que apresenta a pele de Mille Marga Cerbu, uma jovem romena. O famoso colecionador de fenômenos, Barnum, nunca apresentou ao público tão curiosa excentricidade. A história nada refere que seja semelhante ao caso de oferecido por esta rapariga de 22 anos, nascida em Bucharest (România); e a ciência não tem até agora podido explicar o fenômeno.
A pele de Mille Cerbu muda de cor. Em certos casos, são sentimentos íntimos, as emoções que se manifestam exteriormente por essas modificações estranhas. Assim, a cólera torna a pele de Marga quase negra, a alegria dá-lhe um colorido róseo, a inquietação se traduz em seu rosto por manchas esverdeadas sobre um fundo cor de palha, o medo lhe dá a pele violáceo. Mas durante o sono ela se conserva uniformemente morena e pálida.
Tema: CIENTÍFICAS
Orgão de imprensa: CORREIO DA TARDE
Data da notícia: 23-04-1903
Ano:
Número: nº XX
Dia da semana: Quinta-feira
Página: 2 e 3
Coluna: Informações
Caderno:
Manchete: O COCAÍNISMO
Texto:
Não é somente o álcool que reina como senhor absoluto sobre toda a humanidade, ele deve contar com alguns concorrentes, tais como o éter, o ópio e a morfina, cujos domínios, justiça é reconhecê-lo, são bastante listados.
A estes venenos, satãs modernos, que disputam entre se o cérebro dos humanos, é preciso juntar, e que se anuncia como uma riva, seria do álcool.
Em menos de cinqüenta anos o álcool tinha trazido desaparecimento quase completo dos Índios do território dos Estados Unidos, e eis os negros dos Estados do Sul presa do cocainismo que faz neles terríveis estragos.
Em numerosas plantações, os negros recusam trabalhar se não encontram perto onde comprar a cocaína, e alguns plantadores viram-se forçados já a lhes distribuir a reação quotidiana de sua nova droga como fazem com a do uísque que já lhes não basta.
O sucesso deste novo excitante se explica pelo fato de parecer que ele aumenta as forças e torna os indivíduos indiferentes aos fortes calores e aos grandes frios.
A cocaínomania também tomou conta do Hindustão e particularmente de Calcutá, onde este alcalóide é absorvido sob a forma de pastilhas ou de pó e mascado com certas folhas de que fazem uso constante os indígenas destas regiões.
Mas não é para lutar contra o frio ou contra o calor que os indígenas o absorvem: e por seus efeitos extra-hilariantes!
Após algumas perturbações, tais como a insensibilidade da língua e dos lábios, secura da garganta, peso na cabeça e palpitações, declara-se um período de riso louco que os indígenas acham delicioso. Depois de um uso mais ou menos prolongado da droga cuja dose deve ser crescente e pode se elevar de 5 a 75 centigramas, os indivíduos tem os dentes negros como vidrilhos, perdem o apetite e o sono, sofrem continuas alucinação e acabam por apresentar acessos de mania aguda.
Tema: CIENTÍFICAS
Orgão de imprensa: CORREIO DO BRASIL
Data da notícia: 13-01-1904
Ano:
Número: nº XX
Dia da semana: Quarta-feira
Página: 1 e 2
Coluna: XX
Caderno:
Manchete: NOTAS CIENTÍFICAS A CURA DO CANCRO NO BRASIL PELOS RAIOS X
Texto:
Sumário: Histórico da roentgologia. Conclusões científicas admitidas hoje, nos grandes centros dirigentes - Classificação dos cancros em relação à radiologia - Notas do congresso da Pensilvania State Society- A “razão” por que ou não se deverá apelar para a cirurgia sem primeiramente se ter submetido o cancro aos raios X- Roentgologia roengoscopia e roengografia: sua técnica- Acidentes devido aos raios X ou de Roentgem: radiodemites- Efeito therapeutico da radiação X: sua teoria
(considerações?) do autor- Observações
Não obstante, em nosso meio, a cura do cancro, pelo tratamento “maravilhoso” - é este o alvitre que continua a reunir maior número de sufrágios, - não foi nunca excedida nem talvez igualada em país algum: é coisa demasiadamente sabida, para que nela em incesta, por mais tempo agora.
Deixá-los, pois abusarem, eles - os curandeiros mãos-santas, visando a nossa mais completa exaustão científica, uma vez que nem sombra de “delito” o nosso organismo judiciário lhes descobre!...
Seja isto dito de passagem, embora se nos torna bem penoso expor este vergonhoso saudário, que a nossa justificação exige.
Quem quer que haja assistido cancerosos sabe perfeitamente que, quando o mal não toma o rumo favorável “in-continenti”, raro é o doente que sabe resistir às investidas dos mãos-santas.
Não há mister longa explanação para pôr em evidência esta verdade, principalmente no que tange a minha terapêutica.
Não se estranhe, pois, que na minha atitude de médico, com o maior respeito pelos mestres da medicina e por mim próprio, ouvindo os ditames da minha consciência e visando a objetividade do meu trabalho científico, em harmonia com uma ciência tão nova quanto fecunda e auspiciosa, como é a roentgologia, só hoje posso vir a público trazer um subsídio literário.
A oportunidade que me permite emitir, com o sufrágio das minhas próprias observações, o meu juízo individual sobre a resolução do problema da cura do cancro, prende-se a atuais resultados belíssimos que consegui quando o meu preclaro mestre professor Pereira Guimarães me agraciou com a honra de inculbir-me da árdua tarefa de tomar aos meus cuidados dois dos seus doentes: duas cancerosas reincidentes, já operadas, sendo que uma destas duas vezes.
E a propósito importa que consignar, animando pela consciência de cumprir um dever de justiça, que o nome de Pereira Guimarães, no atinente e eletroterapia representa um progresso da medicina Brasileira, pois foi ele que primeiro recorreu, no domínio da medicina, a eletricidade para a cura de um aneurisma da aorta.
Só muito mais tarde, para honra nossa, é que aplicação similares apareceram na Itália.
(continua)
Tema: CIENTÍFICAS
Orgão de imprensa: CORREIO DO BRASIL
Data da notícia: 12-04-1904
Ano:
Número: nº XX
Dia da semana: Terça-feira
Página: 1
Coluna: XX
Caderno:
Manchete: O ÁLCOOL, A HIGIENE E A MORAL
Texto:
RESUMO: A matéria refere-se a taxação imposta pelo Governo sobre o consumo de álcool “para a diminuição do alcoolismo”. Discute-se o caráter moralizador da taxa.
“Não pretendemos, assim nos exprimindo, advogar o uso habitual do aguardente; queremos somente protestar contra a condenação absoluta dessa substância e proclamar a sua UTILIDADE INCONTESTÁVEL em certos casos e em particular nas circunstancias que acabamos de apontar.”
Eis aí não é opinião unânime dos cientistas, como quer Royal fazer crer, que e deva a gente abster completamente do uso dos alcoólicos.
Continuando, porém, na demonstração da nossa tese, passemos a mostrar que a medida tomada pelo governo nada tem de MORALIZADORA, como declarou o Dr. Severino Vieira à comissão do comércio.
Só pode e só deve ser considerada moralizadora aquela medida cujo resultado imediato for a elevação da moralidade de um povo; realmente, à primeira vista, parece que o argumento de imposto a incidir sobre as bebidas alcoólicas deveria produzir tal resultado, diminuindo o número de consumidores em geral, o número de abusos, por conseguinte; de onde os efeitos funestos do álcool, flagelo que degenera as raças, mas que é também o produto da sua degeneração, que ameaça o nosso futuro, que torna tempestuoso o presente...”
Tema: CIENTÍFICAS
Orgão de imprensa: CORREIO DO BRASIL
Data da notícia: 04-05-1904
Ano:
Número: nº XX
Dia da semana: Quarta-feira
Página: 2
Coluna: XX
Caderno:
Manchete: REVISTA DOS CURSOS DA FACULDADE DE MEDICINA DA BAHIA
Texto:
Graças à gentil oferecimento, feito pelo talentoso Diretor da Faculdade de Medicina, o Dr. Alfredo Britto, veio às nossas mãos o primeiro número da REVISTA DOS CURSOS, criada desde a reforma de 1884, mas que somente agora, devido a uma serie de impedimentos, teve a sua realização.
O número que temos que corresponde ao ano de 1902, e que é o 1o da Revista compõe-se de um folheto de 105 Páginas, cuja matéria é digna de leitura acurada dos profissionais.
De fato a sua redação, compostas dos professores Guilherme Rabello, redator principal, Matheus dos Santos, Nina Rodrigues, Telemont Fontes e Carlos Freitas, esforçou-se por fazer uma Revista digna do acolhimento, tanto pelo interesse, como pela superioridade das Memórias e artigos nela dados à estampa.
É o seguinte o seu sumário:
Revista dos Cursos da Faculdade de Medicina, pelo Dr. Guilherme Rabello.
Os progressos da Medicina Legal no Brasil no séc. XIX, pelo Dr. Nina Rodrigues.
Projeto de sanatório para tuberculosos, pelo Dr. Matheus dos Santos.
Trabalhos do Laboratório de Medicina Legal.
I. Contribuição aos estudos dos índices osteométricos dos membros na identificação da raça negra, pelo Dr. Nina Rodrigues.
II. Os crânios anormais do Laboratório de Medicina Legal, pelo Dr. Nina Rodrigues.
III. A prova micro-química em Medicina Legal. Os cristais de hemocromogênio pelos drs. Nina Rodrigues e Costa Pinto.
IV. O ensino da Faculdade de Medicina da Bahia.
Parabéns à Faculdade, que entra assim em uma nova época de reflorescimento lítero-científico e agradecidos ao Dr. Britto pela delicadeza da oferta.
Tema: CIVILIZAÇÃO
Orgão de imprensa: A BAÍA
Data da notícia: 04-05-1903
Ano: Ano: VIII
Número: nº: 2209
Dia da semana: Segunda-feira
Página: 1
Coluna: 6
Caderno:
Manchete:
Texto:
Lê-se no Jornal do Commercio:
É bastante conhecido entre nós o nome do napolitano Alessandro d’Atri, que durante muitos anos viveu na Europa de subvenções pagas pelo Tesouro Federal... Consistiam eles, principalmente, na publicação, em revista hebdomadária sem leitores na Europa...
No número de fevereiro último, promete um livro saber o Sr. Zanardelli... e, ao dar notícia do próximo aparecimento desse livro, atira ao Brasil algumas setas. Eis aqui o trecho em que nos manifesta a sua gratidão e as saudades que tem da terra que por tantos anos lhe deu de comer.
Conheço um país [suponha-se que está mais longe do que a América Meridional] onde só há grandes homens enquanto estão vivos e no governo. Depois, quando deixam o poder, os assovios ensurdecedores da Rua esperam o homem insensato durante o Governo, e uma vez morto, os coveiros [esta palavra está em português e em tipo diferente, no original] lançam a galope as mulas do carro funerário. É outro modo de ver, bem diferente do primeiro e pouco conforme com as aspirações de um povo que quer fazer as suas origens de escravos e escravagista, mas é uma exageração como a outra e igualmente pouco recomendável às nações em via de completar a sua educação política.
O artigo está datado: (Paris, Fevereiro de 1903) E assinado: (À d’ Atri).
Tema: CIVILIZAÇÃO
Orgão de imprensa: A BAÍA
Data da notícia: 18-06-1903
Ano: Ano: VIII
Número: nº: 2245
Dia da semana: Quinta-feira
Página: 1
Coluna: 8
Caderno:
Manchete: TRANSCRIÇÕES __ HUMOUR
Texto:
Ao falar outro dia da graça em escrito cuja sensaboria, muito espero eu, já se desluziu e apagou da memória, não me sobrou tempo para falar do humour, que é antes um dom e pecúlio do escrito saxônio e germânico. É alguma coisa de étnico e particular aos países brancos e nevados do extremo norte, mas que também não é impossível encontrar alvejando nos amos das regiões mais douradas do sol.
{...}