Tema:
Orgão de imprensa:
Data da notícia:
Ano Data
Palavra chave (manchete e texto):

* todos os campos são opionais
Resultado da busca:
1477 resultados encontrados
Primeira  Anterior2021222324 Próxima  Última

Tema: BATUQUE E SAMBA

Orgão de imprensa: A COISA

Data da notícia: 23-09-1900

Ano: Ano: IV

Número: nº 158

Dia da semana: 2

Página: 4

Coluna:

Caderno:

Manchete: REMELEXOS

Texto:

- Ora muito bem, Vosmincê tem ido ao Politeama?
- Muitas vezes. Só não fui no domingo passado, porque quando deixei os negócios da eleição, já estava cansado.
- Ora, perdeu uma pandega.
- De que?
- Uma vaia que deram naquele galego que canta a boceta.
- Tu também vais ali?... Que estás me dizendo?
- Entonce? Eu sou filha de negro pra ser besta?...
- Então, logo que tu vais ali dize a tua opinião a respeito do tal boliche. Jogas?
- Às vezes, quando arranjo alguns cobrinhos nas compras de minh’ama.
- Tens feito alguma coisa? Deixe-me, ioiô, aquilo é o diacho. Ainda outro dia eu com tanta fé no Córdoba, foi quando o desgraçado do Belga chega e de uma só derruba tudo; de sorte que os homens cá de baixo tiveram de levantar os paus para ele outra vez!
- Safa!... O verdadeiro é deixares disto.
- Eu já fiz uma jura que não vou mais ali.
- Eu então por cá andei melhor.
- Sem, me conte como foi a tal eleição?
- Correu muito bem. O meu candidato foi eleito sempre.
- Dr. Zama?
- Não o França.
- Ora, não vale a pena; aí só o Dr. Zama porque havia de pintar o Semão de carapuça.
- Isto não é do caso, se que carapuça eu dou a minha a ele.
- Cá... cá... cá... vosmincê não deixa de meter sua baderna?!...
- Estás tomando tudo por caçoada? Pois hás de ver.
- Tomando o que? vasmincê faz-se da roça?
- O que tu queres é a tua conversa comprida, mas comigo não arranjas nada, porque já vou lhe deixando a minha aí...

M. Leite.

Tema: BATUQUE E SAMBA

Orgão de imprensa: A COISA

Data da notícia: 14-10-1900

Ano: Ano: IV

Número: nº 161

Dia da semana: 3

Página: 2

Coluna:

Caderno:

Manchete: REMELEXOS

Texto:

- Bom dia, meu céu.
- Oh! Toda enfeitada...já sei que vais à festa do Senhor dos Mulatos, não é assim?...
- Por certo, vosmincê bem que sabe que eu não sou negra bexel, pra deixar de ir à festa dos mulatos, Deus me livre que os mulatos me faltem.
- Bom, senhora, deixemos lá os mulatos e me conte o que há de novo por aí?
- Deixe-me, ioiô, há tanta coisa agora que faz vergonha até se falar!..
- De verdade? e me diz uma coisa: tu foste assistir à chegada do Felix?
- Fui, ioiô.
- E houve alguma coisa de extraordinário, conforme propalavam?
- Qual, ioiô, não houve nada, de conhecidos eu só vi mamãe e Jão Bandalho, o que sei é que houve mais soldado do que gente.
- Eu não vi nada, pois de casa não saí.
- Ioiô, vosmincê tem visto as gazetas como estão agora?
- Tenho, Chica, e estou guardando tudo, agora não é A Coisa que eles dizem que é imoral: são as sérias.
- Faz bem, ioiô de guardar, que é pra quando eles se meterem com A Coisa, vosmincê já sabe dos podres deles, é só botar pra fora.
- Me diz uma coisa Chica, quem é que tu querias ser, Lulú ou Sevi?
- Eu, ioiô, queria ser o arcebispo, porque não brigava, só vinha passeando e estava cheia de dinheiro.
- Ora, isto é coisa muito fácil, arranjas com a compridinha que ela, quando nada, te fará cônego.
- Vá saindo, no cabido dela, não, que eu não quero entrar.
- Está, eu sou ao contrario, no dela é que eu queria entrar.

M. Leite.

Tema: BATUQUE E SAMBA

Orgão de imprensa: A COISA

Data da notícia: 28-10-1900

Ano: Ano: IV

Número: nº 163

Dia da semana: 4

Página: 1

Coluna:

Caderno:

Manchete: REMELEXOS

Texto:

- Oh! ainda estás por aqui?
- Oxentes, aonde vosmincê queria que eu estivesse?
- Ainda perguntas, em viagem com o Campos Sello.
- Qual, ioiô, quem sou eu, isto é bom pra quem é branco.
- Para quem é branco? a que vem isto?
- Vosmincê também parece coisa que não lê gazetas, nem eu!
- Deixe de massada, conta logo.
- Sabe por que eu disse assim, por causa dos navios que conduziram o homem ter o nome de esquadra branca, já vê, eu que sou preta só podia ser excluída.
- Cá...cá...cá... era só que faltava, de maneiras que a maior parte de nossa esquadra é preta, por isso é que os gringos dizem: no Brasil só tem negros.
- Ioiô, vamos tratar de outra coisa, que água benta e presunção cada um toma a porção que quer. Me diga: vosmincê foi no domingo ao Lyceu.
- Não, estive muito ocupado!
- Vosmincê também agora está feito mulher parida não sai pra não apanhar vento, lhe garanto que perdeu uma boa...coisa.
- Qual, assim não, ficas com ela.
- Bom, vosminc6e já começa! com pouco eu não conto mais nada.
- Deixa disto ladrãozinho, conta, anda.
- Eu cheguei sempre até lá, foi justamente quando o Sevi abriu a sessão e perguntou se havia alguém que pedisse a palavra. Meu senhor saltou um thebas, e disse eu peço a palavra, oh! ioiô o bruto principiou logo no latim, e quando ele não teve mais nada pra soltar, gritou Dominus tecum, aí não tive jeito senão cair na gargalhada.
- Eu imagino o que não foi, mas Chica talvez o orador tivesse ouvido alguém expirar e por isto soltasse o Dominus tecum.
- Qual, ioiô, não foi nada, é que a gente de minha corporação não se enxerga.
- Então, Chica, só o Chrispim com o seu óculo para abrir-lhes o olho.

M. Leite.

Tema: BATUQUE E SAMBA

Orgão de imprensa: FOIA DOS ROCÊRO

Data da notícia: 25-11-1900

Ano: Ano: 1900

Número: n. 48

Dia da semana: Domingo

Página: 4

Coluna: A Gaita Mateira

Caderno:

Manchete: COMO SE CASA UM MATUTO

Texto:

FOETINHO

Como se casa um matuto
Comédia em 3 atos
O Dia das Bodas

Original de
Jacinto Sampaio

RESUMO: Trata-se de uma novela. O texto traz referência a “chula” e ao “maxixe”.

Tema: BATUQUE E SAMBA

Orgão de imprensa: CORREIO DO BRASIL

Data da notícia: 19-11-1903

Ano:

Número: nº XX

Dia da semana: Quinta-feira

Página: 2

Coluna: XX

Caderno:

Manchete: TELEGRAMAS

Texto:

Moradores da rua Visconde do Rio Branco pedem-nos que solicitemos da polícia a proibição de uns bailes pouco decentes que de quando em vez são dados em sobrado perto da esquina da rua do Colégio, e que deverá ter, parece-nos, o n.3
Alta madrugada entendem as divertidas moradoras desse prédio de atordoar os ouvidos dos pobres vizinhos com a infernal vozeria de um samba ainda mais infernal, o que causa não pequeno incômodo a quem escolhe a noite para descansar das fadigas do labor Diário.

Tema: BATUQUE E SAMBA

Orgão de imprensa: JORNAL DE NOTÍCIAS

Data da notícia: 05-05-1900

Ano: Ano: XXI

Número: nº 6086

Dia da semana:

Página: 2

Coluna: Polícia

Caderno:

Manchete:

Texto:

Moradores do largo de S. Francisco e Terreiro pedem-nos que chamemos a atenção do sub-comissário da Sé para que faça cessar, por uma vez, sambas que ali se formam todas noites, incomodando assim silêncio.
Os ociosos indivíduos, que fazem parte deste divertimento, primam pelos armamentos com que andam.

Tema: BATUQUE E SAMBA

Orgão de imprensa: GAZETA DO POVO

Data da notícia: 07-02-1906

Ano: Ano: 2

Número: nº 161

Dia da semana: Quarta-feira

Página: 2

Coluna: 3

Caderno:

Manchete: SAMBA, BATUQUE E CANDOMBLÉ

Texto:

O Sr. José Maria Tourinho, chefe de polícia, oficiou ao delegados e sub-delegados desta capital, recomendando-lhes proibição formal dos sambas, batuques e candomblés, gêneros de diversões que muito depõem de nossos créditos de povo civilizado e que são verdadeiros centros de atentados à moral e a ordem pública.
Se, desta feita, os desejos daquela autoridade encontrarem repercussão no animo dos seus subalternos, s.s. terá prestado um serviço.
___

Damos na integra o ofício a que nos referimos linhas acima:
“Aos srs. delegados da 1ª e 2ª circunscrições.
Recomendo-vos que espessais as mais terminantes ordens aos sub-delegados da vossa circunscrição, no sentido de serem absolutamente proibido os sambas, batuques e “candomblés”, que, além de perturbarem a paz e o sossego públicos, são depoentes da nossa civilização.
Espero de vosso reconhecido zelo e dedicação ao serviço público que essa minha recomendação seja rigorosamente observada. – O chefe de polícia, Dr. José Maria Tourinho.”

Tema: CAPOEIRA

Orgão de imprensa: A BAÍA

Data da notícia: 31-01-1902

Ano:

Número:

Dia da semana: Sexta-feira

Página:

Coluna:

Caderno:

Manchete: COLABORAÇÃO - CARTAS DO RIO

Texto:

Querido Lucas:
Decididamente a transformação de costumes e hábitos da antiga Corte é profundo e terrível; o povo, sofrendo a influencia dos maléficos e escandalosos exemplos dos que nos governam, tem cometido uma serie de desatinos e crimes de que não há memória nesta terra.
Os assassinatos, os roubos a mão armada, com o seu séqüito de furtos, defloramentos, abuso de confiança incêndios, causais ou não e finalmente a repugnante patota eleitoral em que os dois chefe, Thomaz Deltino e Irineu Machado, cercados de capoeiras, disputaram a cacete e navalha, a posse dos lugares de intendentes para os seus sequazes, tudo, enfim reflete o estado de putrefação moral desta bela terra carioca, desde que a infeliz República foi escamoteada pelo Grupo Panca, de apetite insaciável e voraz, a morder continuamente o ventre exausto do nosso tesouro.

Tema: CAPOEIRA

Orgão de imprensa: A BAÍA

Data da notícia: 31-01-1902

Ano:

Número:

Dia da semana: Sexta-feira

Página:

Coluna:

Caderno:

Manchete: COLABORAÇÃO - CARTAS DO RIO

Texto:

O atual chefe, que tão mal tem dirigido os destinos da nossa polícia, tem, em compensação, sido manifestado pelo seu pessoal, fingindo de Zé-Povinho, o que é o cúmulo da arrisão.
Como se fosse possível o povo, que diariamente sofre os efeitos de uma administração, notória pela enormidade dos crimes de toda espécie, diariamente cometidos, aplaudir uma autoridade sob cujo Império ressurgiu até o terrível capoeira, de afastadas eras.

Tema: CAPOEIRA

Orgão de imprensa: A COISA

Data da notícia: 20-05-1900

Ano: Ano: III

Número: nº 140

Dia da semana:

Página: 3

Coluna: 2 e 3

Caderno:

Manchete: DIALOGO ENTRE CAPOEIRAS

Texto:

? - Então, que foi aquilo ontem?
? - Não foi nada. Sabes que comigo não há disso. Não vou nesse arrastão.
? - Disseram-me que tinham ido à cumeeira...
? - Qual! Exercício de canelas. Sabes que quando me espalho, nem Deus me junta e quando eu me misturo ninguém me conhece.
? - Mas conte-me lá esse estrago...
? - Foi o seguinte: Entrei na confeitaria para comer uns doces; comi quatro. Quando fui pagar, o homem disse-me que eram seis. Foram seis. E, como o filho de meu pai não mente, fui logo ganhando aragem. O homem trastejou e quis fazer bonito. Não puxei barato, meti-lhe o andante na caixa da comida, que o chefe saiu barra a fora.
Não perdeu a cisma e veio feito. Aí levei a caveira de lado e fui o mastigante do poeta. O veneno espirrou. Fiz uma figuração por cima para o cabra fugir com o carão e abaixei embaixo no Baiano, levei o pé na altura do vulto no jeito da ciência; que o camarada saiu voando na roxura da Inana, indo amarrotar a tampa do juízo na caixa das empadas. O negro ganho tentou de novo, coçou-se e eu vi o brilho da sardinha. Aí tirei fora o corpo e levei a ferramenta por baixo, não fiz questão do preço e da banha fui ver a gordura de perto. Quando o cabra sentiu a friagem no talho, deu o desespero pra mim, saí fora da pele e estraguei o bruto de novo. O homem estava verde. Casquei-lhe mais uma vez o quengo e o mano engoliu a língua que não foi prosa. Ah! Na minha meia hora vou longe! Juntou gente como cisco. Como não queria sulancar no grande estado-maior de grades, arrepiei carreira e fui saindo de barriga, arrotando genebra... Oh! Ferro! Nunca vi tanto aço!!!
( Extr.)

Tema: CAPOEIRA

Orgão de imprensa: CORREIO DO BRASIL

Data da notícia: 30-11-1903

Ano:

Número: nº XX

Dia da semana: Segunda-feira

Página: 2

Coluna: XX

Caderno:

Manchete: EM PAZ... E ÀS MOSCAS

Texto:

A matéria trata de uma carta de defesa do Sr. Sousa Lage sobre uma matéria publicada no “Correio da Manhã”, cuja conseqüência teria sido a agressão que este sofrera por capoeiras.
“Se hoje venho a público, é porque, fiel ao que disse no meu primeiro artigo, eu só tenho a lucrar em que se faça luz sobre o meu passado, e os capoeiras que me agrediram, só se podem envergonhar da vida duvidosa e cheia de manchas, que têm arrastado.”

[...]
Sousa Lage

Tema: CARNAVAL

Orgão de imprensa: A BAÍA

Data da notícia: 21-02-1903

Ano: Ano: VIII

Número: nº: 2151

Dia da semana: Sábado

Página: 1

Coluna: 7

Caderno:

Manchete: O CARNAVAL

Texto:

Parece que já soam ao longe os clarins das forças de Momo.
Movem-se os assistentes, correm os espectadores de sua entrada aparatosa e triunfante nesta grande aldeia de caboclos mansos para vistoriá-las. Vem chegando, portanto, a hora da gargalhada e do riso.
Felizes os que se divertem e conseguem ainda espancar alheias magoas. Por isso preparem-se todos para animar entusiasticamente aos que, portadores de alegrias, aparecem em grupos ou clubes com disciplina marcial, em bonitas marchas, dizendo a toda gente “Vamos viver por três dias, ao menos.”
...É preciso que não morra a festa que mais agrada geralmente, porque é o conjunto do luxo e da simplicidade, do rico e do pobre, do elegante e do bobo, da [Werve] e da insipidez, do ridículo e do velho, do sublime e do comum.
É a festa de todos. Folguem os mascarados e a população inteira.
Trajando expressivos toaletes aparecem amanhã concorrendo à glorificação de Momo, o [Deus] da Troça e do Riso, os seguintes clubes: “Inocentes em Progresso”, “Centro Histórico Carnavalesco”, “Evolução dos Aufás”, “União Japonesa”, “Filhos do Trabalho”, “União das Saloias”, ”Filhos de Aldeia”, “Embaixadores Americanos”, “Expedição do Pandego ao Acre”, “Netos da África”, “Aprendizes da Folia” e [...] da época”.
Foram estes clubes que à luz de fogos cambiantes fizeram ensaio ontem à noite ao som do [Zé Pereiro]:
“Defensores do Brasil”, “União das Saloias”, Embaixadores Americanos”, “Filhos de Aldeia” e “Filhos da África”.

Tema: CARNAVAL

Orgão de imprensa: A BAÍA

Data da notícia: 23-02-1903

Ano: Ano: VIII

Número: nº: 2152

Dia da semana: Segunda-feira

Página: 1

Coluna: 7

Caderno:

Manchete: O CARNAVAL

Texto:

Menos que modesta a festa de ontem.
As chuvas que caíram durante o dia desanimaram de todo muitos clubes e grupos carnavalescos, que já tinham anunciado a sua passeata e a não puderam realizar.
{...}
No entanto havia pelas janelas das casas nos pontos mais centrais da capital muitas famílias dando uma nota alegre na frieza do tempo e da festa.
Dos clubes a que nos referimos apenas apareceram tomando parte nos folguedos de Momo, a “Sé em mudança”, “Aprendizes da Folia” e “Vadios da África”.

Tema: CARNAVAL

Orgão de imprensa: A BAÍA

Data da notícia: 25-02-1903

Ano: Ano: VIII

Número: nº: 2153

Dia da semana: Quarta-feira

Página: 1

Coluna: 6

Caderno:

Manchete: O CARNAVAL

Texto:

A SEGUNDA-FEIRA

Muito melhor a festa da segunda-feira do Carnaval...
E saíram os foliões pelas ruas a demonstrar que a época era justamente da Graça e da Troça....
Saíram os clubes_ Defensores do Brasil, União das Saloias e Guerreiros de África.


A TERÇA-FEIRA

Não há que duvidar. Foi um Carnaval sem riqueza e sem luxo, mas vivo, álacre, ardente, movimentado, vibrante.... As batalhas de serpentinas e confete eram por toda a parte entretidos com denodo, da rua para as casas e das casas para as ruas. Compreendia se... que o jubilo era geral, que os deus da Alegria tinha conquistado os ânimos, desanuviado, os espíritos e feito apagar com os seus folguedos por um pouco a lembrança das dificuldades da vida e das apreensões do povo.
Foram esses os clubes que deram alma e brilho, ontem, aos folguedos do Carnaval, a glorificação do Momo, o grande folião: “Inocentes em Progresso”, “Centro Histórico Carnavalesco”, ”Evolução dos Alufás”, “Defensores do Brasil”, “União Japonesa”, “Filhos da Aldeia”, “Filhos do Trabalho”, “Netos da África”, “Embaixadores Americanos”, “União das Saloias”, “Vadios da África”, “Filhos da Estrela”, “Inimigos da Sociedade”, “Bilontras da época”, “Aprendizes da Folia” e a “Expedição do general Pândego do Acre”.

{...}
Finalmente o Carnaval de 1903 veio provar mais uma vez que às festas de Momo são as mais queridas do povo na atualidade...
Concluímos pois hoje transcrevendo as seguintes quadrinhas que acabam de chegar-nos às mãos e que foram distribuídas por quatro pierrôs que passeavam a carro.

Para os baianos

1.PIERRÔ (vert)

Eu gosto da baianinha
Morena cor de canela,
Porém que fique à tardinha
Me esperando na janela.

{...}
2. PIERRÔ (blanc)

Morenas, são um tesouro
Teus negros olhos tafuis!
Mas adoro a trança de ouro
E uns meigos olhos azuis.

• Carnaval de 1903 –

Tema: CARNAVAL

Orgão de imprensa: A BAÍA

Data da notícia: 03-06-1903

Ano: Ano: VIII

Número: nº: 2161

Dia da semana: Sexta-feira

Página: 1

Coluna: 5

Caderno:

Manchete: LEMBRANÇAS DO CARNAVAL

Texto:

C.C. UNIÃO JAPONESA

ÀS BAIANAS
Saldai! Oh! Musas de risos!...
As belas ninfas do amor.
Serafins em que diviso
Os mil encantos da flor!

Pálidas, loiras, formosas,
Sorrisos, palmas suplico...
Que JAPONÊS entre rosas,
“Não sei se parto ou se fico”

Catitas azeitonadas
Que sois das noites irmãs,
Flores, por vós desfolhadas,
Têm esplendor das manhãs

Já não sulco mais os mares...
Até um dia JAPÃO!...
Morenas, vossos olhares
Cativam-me o coração.

Tema: CARNAVAL

Orgão de imprensa: A BAÍA

Data da notícia: 23-06-1903

Ano: Ano: VIII

Número: nº: 2175

Dia da semana: Segunda-feira

Página: 1

Coluna: 7

Caderno:

Manchete: CARNAVAL DE 1904

Texto:

Recebemos as comunicações infra, fineza que agradecemos:
C.C. Embaixada Africana, em 20 de março de 1903.
Ilmos. srs. – De ordem do Sr. presidente, Tashoda, tenho a honra de levar ao conhecimento desta ilustrada redação que, em o nosso Consulado, no dia 8 do corrente mês foi eleito e empossado o governo da “Embaixada Africana” para o exercício de 1903 e 1904.
Outrossim, comunico-vos que tendo chegado a toda região africana a notícia de grande festa que nesta capital promovem ao Deus Momo, foi levantada em toda a África a idéia da reunião de um congresso, em dias do mês próximo, no qual tomarão parte todos os imperantes e seus ministros, com o fim de mandarem a esta cidade uma Embaixada digna das festas que aqui vão ser celebradas.
O congresso reunir-se-á em uma mesquita da Algéria, sob presidência de honra do imperador Tuneseno. A “Embaixada” deverá chegar a esta capital nos meses da fevereiro ou março vindouro e a ela acompanham “ricos presentes” para o público desta cidade.
Eis, senhores redatores, o que consta nesta Chancelaria.
Ilmos. srs. Redatores de A BAÍA.

Tema: CARNAVAL

Orgão de imprensa: A BAÍA

Data da notícia: 28-04-1903

Ano: Ano: VIII

Número: nº: 2204

Dia da semana: Terça-feira

Página: 2

Coluna: 1

Caderno:

Manchete:

Texto:

Ao Jornal do commercio escreveu seu correspondente em Paris:

O Carnaval da Mi Careme, quase exclusivo das Lavadeiras e dos Estudantes, correu com a animação do costume e foi o que costuma ser: O cortejo das lavadeiras que, nesse dia, proclamam uma rainha, que tem a honra de ser recebida, e presenteada, no palácio do Elyseu, pelo Presidente da República: a passeata dos estudantes, alguns carros reclames e número limitadíssimo de máscaras avulsos, que no Rio de Janeiro seriam acolhidos com o epíteto de sujos....
...O povo francês, aliás tão inteligente e gracioso, é inteiramente alheio à graça Carnavalesca, exibida com tanto Chiste no nosso Rio de Janeiro pelos Fenianos, Democráticos e outros fanáticos do Deus Momo.
Houve como de costume, o jogo dos confete. Infelizmente, como na Terça-feira Gorda, apesar das medidas tomadas pela polícia, esse brinquedo foi pretexto para mais algumas correrias, praticadas nos boulevards, pelos Apaches, que são dignos concorrentes dos nossos ex-capoeiras.

Tema: CARNAVAL

Orgão de imprensa: A BAÍA

Data da notícia: 20-05-1903

Ano: Ano: VIII

Número: nº: 2222

Dia da semana: Quarta-feira

Página: 1

Coluna: 5

Caderno:

Manchete: REUNIÕES

Texto:

[CC. Embaixada Africana] – Amanhã, às 7 horas da noite, no salão da “Sociedade B. dos Alfaiates” reúne-se em assembléia geral a “Embaixada Africana” para negócios de seus interesses.

Tema: CARNAVAL

Orgão de imprensa: A BAÍA

Data da notícia: 24-02-1905

Ano: Ano: X

Número: nº: 2721

Dia da semana: Sexta-feira

Página: 1

Coluna: 6

Caderno:

Manchete: O CARNAVAL

Texto:

“De ordem do Sr. Dr. secretario de Estado, chefe de Segurança Pública e para o conhecimento de todos, faz-se ciente que nenhum clube poderá apresentar-se nas ruas da capital sem aprovação das respectivas criticas pela polícia e bem assim que não será absolutamente permitido:
1º a exibição de clubes de costumes africanos com batuques;
2º a exibição de criticas ofensivas a personalidades e corporações.
3º o uso de máscaras depois das 6 horas da tarde, exceto nos bailes até meia noite.
Os máscaras maltrapilhos e ébrios serão postos em custodia, bem como deverão ser rigorosamente observadas as posturas municipais, relativamente ao entrudo.

Tema: CARNAVAL

Orgão de imprensa: A BAÍA

Data da notícia: 03-09-1905

Ano: Ano: X

Número: nº: 2731

Dia da semana: Quinta-feira

Página: 2

Coluna: 3

Caderno:

Manchete: O CARNAVAL

Texto:

{...}
O edital da polícia- Convém registrar aqui o modo por que foi respeitado o edital do exmo. Sr. Dr. chefe de Segurança Pública, proibindo a africanização de nosso Carnaval.
Podemos taxar isto de verdadeira conquista, arraigando-se como se ia aquele mal em nossas festas Carnavalescas.

Primeira  Anterior2021222324 Próxima  Última
  •   créditos
login