Tema: ASSASSINATOS
Orgão de imprensa: A BAÍA
Data da notícia: 15-02-1906
Ano: Ano: XI
Número: nº: 2981
Dia da semana: Segunda-feira
Página: 1
Coluna: 6
Caderno:
Manchete: ASSASSINATO
Texto:
Anteontem, às 11 e meia da noite, foi assassinado com uma profunda navalhada o artista pedreiro Georgino Ambroseu de São Pedro, residente em um compartimento do prédio n. 5, à rua da Gameleira, distrito de São Pedro.
Foi autora desse assassinato Ursulina Teixeira, residente também em uma das dependências do mesmo prédio.
{...}
A assassinada que é parda e tem 26 anos de idade foi presa e conduzida para a estação dos Barris.
{...}
Georgino Ambroseu de São Pedro, era preto, tinha 45 anos de idade, exercia a profissão de pedreiro...
Tema: ASSASSINATOS
Orgão de imprensa: A BAÍA
Data da notícia: 05-02-1906
Ano: Ano: XI
Número: nº: 2997
Dia da semana: Segunda-feira
Página: 1
Coluna: 5
Caderno:
Manchete: ASSASSINATO
Texto:
Ontem às horas da noite, foi covardemente assassinada com um tiro de revólver, na rua da Vala, Maria das Neves, residente no Beco denominado da Tourada.
O assassino chama-se Saturnino de tal, é de cor parda, tem 22 anos de idade, é empregado e residente na ladeira das hortas.
Quando perpetrou o crime, trajava calça clara...
O corpo da infeliz mulher foi retirado por pessoas de sua família para o enterramento.
Foi instaurado rigoroso inquérito a respeito.
Saturnino de tal, o criminoso acha-se evadido.
Maria das Neves era de cor preta, natural deste Estado e tinha 22 anos de idade.
Tema: ASSASSINATOS
Orgão de imprensa: A BAÍA
Data da notícia: 19-02-1905
Ano: Ano: XI
Número: nº: 3009
Dia da semana: Segunda-feira
Página: 1
Coluna: 2
Caderno:
Manchete: CRIME SENSACIONAL EM ITAPAGIPE
Texto:
Um crime horrível e bárbaro foi perpetrado na noite de sábado último em Itapagipe, na casa de residência do benquisto comerciante desta praça Sr. Elyseu do Rego Barreto, sócio da importante firma Magalhães & C.
Foi {...} do sangrento drama um criado da casa de nome Manoel da Cruz; a vítima foi uma companheira deste, Maria criada também.
{...}
Intrigados, fazia algum tempo, Manoel à noite, pede a Maria o seu jantar, esta recusa; alteram os dois, o Manoel aplica um murro em Maria na região frontal.
Aos gritos da ofendida, Manoel alucina-se e da-lhe uma facada. Novos gritos se ouvem: então o celerado perde de todo a cabeça, inteiramente apoderado dos seus maus instintos, fere-lhe com novo golpe e Maria sucumbe.
{...}
Efetivamente, o Sr. Elyseu Barreto, que se havia embarcado no bonde elétrico, de 11 e ½, chegou a sua residência, acompanhado de sua exma. família, depois de meia noite.
O assassino, impassível, tranqüilo, veio, abrir a porta, missão de que sempre se incumbia a assassinada.
Sendo isto estranho à esposa do Sr. Elyseu, respondeu Manoel que Maria desde às 8 horas da noite deixara a casa.
A família entrou e ainda procurou a criada pelo interior da casa.
{...}
Depois disto, Manoel abre no local onde permanecia o cadáver uma cova, nela sepultando-o.
E foi assim que ocorreu o crime.
{...}
O assassino
Manoel da Cruz é um rapaz alto,{...}, mulato de 33 anos de idade.
Ao ser preso aparentou calmamente surpresa, dizendo nada saber do paradeiro de Maria.
Na prisão tem revelado o mais cínico sangue frio e despreocupação.
Tema: ASSASSINATOS
Orgão de imprensa: A BAÍA
Data da notícia: 20-04-1905
Ano: Ano: XI
Número: nº: 3059
Dia da semana: Sexta-feira
Página: 2
Coluna: 2
Caderno:
Manchete: PESTE BUBÔNICA
Texto:
Anteontem deu-se um caso fulminante de peste bubônica na pessoa da menina Maria Casimira dos Santos de cor parda, com 5 anos de idade, residente à Rua do Cortume, distrito dos Mares.
O seu enterramento foi realizado ontem, em quadro especial, no cemitério da Quinta dos Lázaros, debaixo das prescrições higiênicas.
Tema: ASSASSINATOS
Orgão de imprensa: A BAÍA
Data da notícia: 25-06-1905
Ano: Ano: XI
Número: nº: 3113
Dia da semana: Segunda-feira
Página: 2
Coluna: 5
Caderno:
Manchete: ASSASSINATO
Texto:
Pelo sub-delegado de polícia do 2º distrito de Pirajá, foi remetido para o necrotério do Hospital Santa Izabel, o cadáver do indivíduo de nome Placido Nunes Cardoso, mestiço, com 30 anos de idade, presumíveis, o qual fora, pela madrugada de ontem, assassinado por Pompilio José da Cunha.
{...}
Tema: ASSASSINATOS
Orgão de imprensa: A BAÍA
Data da notícia: 01-08-1905
Ano: Ano: XI
Número: nº: 3143
Dia da semana: Quarta-feira
Página: 2
Coluna: 7
Caderno:
Manchete: ASSASSINATO
Texto:
No lugar denominado “Pais d’Arco”, Barra do Rio de Contas, foi barbaramente assassinado a cacetadas, o Sr. José Desederio da Selva, quando, por motivos de ciúmes, alimentava forte discussão com Antônio Preto.
O capitão Galdino da Fonseca abriu inquérito a respeito.
Tema: ASSASSINATOS
Orgão de imprensa: A BAÍA
Data da notícia: 12-09-1905
Ano: Ano: XI
Número: nº: 2881
Dia da semana: Terça-feira
Página: 1
Coluna: 5
Caderno:
Manchete: NO DIA DE HOJE
Texto:
EM 1624 - Durante a invasão dos holandeses, o capitão Manoel Gonçalves deu um ataque tão a propósito do forte de Itapagipe, que matou alguns holandeses deixando-os demais amedrontados.
No dia 15 deste mês impediu o inimigo de roubar um engenho de fabricar açúcar, matando-lhes três soldados e um negro e ferindo muitos. Continuando por todos os modos a perseguição aos holandeses.,. tiveram eles de assinar uma capitulação a 30 de abril de 1625.
Tema: ASSASSINATOS
Orgão de imprensa: A BAÍA
Data da notícia: 03-07-1908
Ano: Ano: XIII
Número: nº: 3685
Dia da semana: Quarta-feira
Página: 2
Coluna: 3
Caderno: Telegramas
Manchete: PRISÃO DE UM ASSASSINO
Texto:
RIO,2.
Foi preso o crioulo de nome Aníseu, autor do assassinato do joalheiro, Ferestberg, crime esse praticado em Pernambuco, a fim de roubar.
Na repartição da polícia negou a princípio, o crime, terminando, porém por confessá-lo.
No primeiro vapor deveria seguir para Recife o referido preso.
Tema: ASSASSINATOS
Orgão de imprensa: A BAÍA
Data da notícia: 26-06-1908
Ano: Ano: XIII
Número: nº: 3703
Dia da semana: Sexta-feira
Página: 1
Coluna: 4
Caderno:
Manchete: ASSASSINATO
Texto:
Foi encontrado anteontem, em estado comatoso, na Roça do Governo, no distrito de Brotas, o individuo José Francisco, preto, de 23 anos de idade.
Esse infeliz foi barbaramente espancado por diversos indivíduos, que o deixaram por terra no lugar em que foi encontrado.
O sub-delegado do 1º distrito de Brotas enviou José Francisco para o Hospital Santa Isabel, onde o desventurado Faleceu.
Os médicos legistas da polícia fizeram o exame cadavérico, dando como causa-mortis, hemorragia por dilaceração do fígado.
Tema: ASSASSINATOS
Orgão de imprensa: A BAÍA
Data da notícia: 23-07-1908
Ano: Ano: XIII
Número: nº: 3724
Dia da semana: Quinta-feira
Página: 1
Coluna: 5
Caderno:
Manchete: ASSASSINATO DE UMA CRIANÇA
Texto:
Chama-se Norberto Joaquim Pinto, assassino de menor Maria Felicidade da Conceição.
O fato, de que já temos notícia, ocorreu no lugar denominado Curralinho adiante dos Pernambués, 2º distrito de Santo Antônio, sendo o assassino preso em flagrante pelo inspetor do local,,em auxilio do qual acorreram populares e pouco depois as duas praças da polícia.
{...}
Norberto Joaquim é de cor mestiça, tem 26 anos de idade e vivia maritalmente com uma irmã da vítima.
Tema: ASSASSINATOS
Orgão de imprensa: A BAÍA
Data da notícia: 17-09-1908
Ano: Ano: XIII
Número: nº: 3765
Dia da semana: Sábado
Página: 2
Coluna: 2
Caderno:
Manchete: ASSASSINATO
Texto:
Anteontem, cerca de 8 horas da noite, o individuo Manoel da Selva, encontrando-se, na Fazenda Garcia, com um antigo adversário de nome Faustino, teve com este forte altercação, vibrando-lhe uma cacetada na cabeça.
Faustino caiu no solo banhado em sangue, falecendo momentos depois.
Após o crime Manoel tentou evadir-se, sendo, porém, preso.
A vítima era de cor preta, solteira e contava 28 anos de idade.
O Sr. Coronel Agostinho Lopes, sub-delegado do 1º distrito da Vitória, que remeteu o cadáver do assassino para o Hospital Santa Izabel, abriu inquérito sobre o fato.
Tema: ASSASSINATOS
Orgão de imprensa: A BAÍA
Data da notícia: 10-08-1910
Ano: Ano: XV
Número: nº: 4331
Dia da semana: Sábado
Página: 2
Coluna: 3
Caderno:
Manchete: LOUCURA E ASSASSINATO
Texto:
Os moradores da cruz do Paschoal, no distrito da Rua do Passo, foram sobressaltados com a notícia de um horroroso atentado, praticado no dia de ontem, cerca de 1 ½ hora da tarde.
Foi um caso de que um indivíduo de que, tomado de loucura, assassinou a outro de quem aliás era muito amigo e em cuja companhia já de há muitos anos morava.
O louco, autor do assassinato, chama-se João Pedro Gomes, é açougueiro e tem a alcunha de João Barulhada.
Sua vítima chamava-se Genéseu, era artista barbeiro, de cor preta, e tinha 45 anos presumíveis.
{...}
Tema: ASSASSINATOS
Orgão de imprensa: A BAÍA
Data da notícia: 07-05-1902
Ano:
Número:
Dia da semana: Quarta-feira
Página:
Coluna:
Caderno:
Manchete: FACADA E MORTE
Texto:
No domingo, pela manhã, na Baixa de Quinta, 2º distrito de Santo Antônio, Samuel de tal, crioulo, carroceiro do asseio da cidade, armado de faca, por motivos frívolos, vibrou um grande golpe em seu companheiro Amancio de tal, vulgo Amancio Carvoeiro que o prostrou por terra banhado de sangue.
O criminoso evadiu-se logo após a consumação do fato delituoso e o ofendido foi enviado, em padiola, para o Hospital Santa Izabel, onde faleceu no dia seguinte, às 5 horas da tarde.
A polícia tomou conhecimento deste fato e anda no encalço do assassino a fim de capturá-lo.
Tema: ASSASSINATOS
Orgão de imprensa: A BAÍA
Data da notícia: 01-12-1904
Ano:
Número:
Dia da semana: Quinta-feira
Página:
Coluna:
Caderno:
Manchete: ASSASSINATO
Texto:
Ontem, por cerca de cinco horas e meia da tarde, no Forte de S. Pedro num quiosque que ali existe, Pedro Alexandrino dos Santos, conhecido por Pedro Branco, vibrou uma facada na região torácica de Benedicto de tal, de cor preta, ainda moço, aparentando ter vinte e tantos anos de idade.
Benedicto de tal, ao receber o ferimento de seu agressor, caiu logo por terra, falecendo imediatamente.
O assassino foi preso por praças do 1º distrito da Vitória, sendo efetuada a prisão na casa do mesmo Pedro Branco, pelo tenente Novais, ajudante da ordem do Dr. chefe de segurança, auxiliado pelo alferes Miguel de Carvalho.
Corre que após ligeira alteração entre os contendores, Benedicto cortara de navalha a Pedro Branco, indo este, após os ferimentos que recebera, até a casa onde residia voltando armado de punhal, com que perpetrara o delito.
Tema: ASSASSINATOS
Orgão de imprensa: A BAÍA
Data da notícia: 23-07-1904
Ano:
Número:
Dia da semana: Sábado
Página:
Coluna:
Caderno:
Manchete: MORTE POR ESTRANGULAÇÃO
Texto:
Ontem, pouco antes do meio dia, o sub-comissário do 1º distrito de Santo Antônio teve ciência de que, no dique da Estrada das Boiadas, aparecera o cadáver de uma preta africana enforcada em um cajueiro.
Dirigindo-se aquela autoridade para o local do incidente, não pode precisar a idade da infeliz, remetendo o seu cadáver para o necrotério do Hospital Santa Izabel, para o necessário exame.
Tema: ASSASSINATOS
Orgão de imprensa: A BAÍA
Data da notícia: 14-12-1904
Ano:
Número:
Dia da semana: Quarta-feira
Página:
Coluna:
Caderno:
Manchete: ASSASSINATO
Texto:
Ontem, cerca de 3 horas da madrugada, à ladeira de Santana, foi encontrado morto, sobre o passeio da residência do Dr. Carlos Amorim, o artista pedreiro Sancho Manoel Victal, preto, casado, de 46 anos de idade e residente à ladeira da Fonte Nova do Desterro, nº 101.
Sancho Manoel Victal havia saído aquela hora de sua casa em procura de folhas de tamarindo para servir de remédio a uma pessoa de sua família que se queixava de uma forte nevralgia.
Na casa nº 67, situada um pouco acima da casa do Dr. Amorim e pertencente a uma preta africana, cujo nome ignoramos, existia um forte samba em que tomavam parte Sergio Saldanha Bolé, Galdino Teles de Menezes, José Joaquim de Oliveira, Maria Izaura da Costa, Jeronymo de tal e José Antônio, praças do Corpo de Bombeiros e Manoel Vieira de Carvalho, praça da 2ª companhia de 16º batalhão.
Aí sobre o passeio, foi encontrado o chapéu de palha e os chinelos pertencentes a Sancho, que naturalmente os havia perdido na ocasião em que por lá passara.
O Sr. Olivio Botelho, ouvindo os gritos da vítima, no momento em que passava pelo largo de Santana, aproximou-se do desventurado Sancho, já encontrado sem pulso e nos últimos momentos da vida.
Imediatamente denunciou o fato ao sentinela da estação do Campo dos Martyres, que levou ao conhecimento do sub-comissário do distrito, o qual, com o diminuto número de 3 praças, procedeu ao levantamento do cadáver do infeliz Sancho, para o necrotério do hospital Santa Izabel e pôs cerco à casa onde se dava o samba.
Pela 6 horas da manhã, deu entrada no prédio referida autoridade, prendendo o individuo Sergio Saldanha Bolé, Galdino Teles de Menezes, José Joaquim de Oliveira e Maria Izaura da Costa, que se acham detidos para averiguações policiais.
As 8 e meia horas os médicos legistas da polícia fizeram o exame cadavérico, reconhecendo que a morte fora produzida em conseqüência de um ferimento, por bala de 6 m.m. de diâmetro que, penetrando na região dorsal esquerda, no nível da última vértebra, interessou a aorta abdominal e fígado, indo alojar-se no tecido celular sub-cutâneo da região epigástrica, sendo grande a hemorragia.
O corpo do infortunado Sancho, foi retirado, por sua família, do hospital às 11 horas, sendo o enterro efetuado às 4, saindo da casa de sua residência, para o cemitério da Quinta dos Lázaros.
Tema: ASSASSINATOS
Orgão de imprensa: A BAÍA
Data da notícia: 15-12-1904
Ano:
Número:
Dia da semana: Quinta-feira
Página:
Coluna:
Caderno:
Manchete: ASSASSINATO
Texto:
Continua no sub-comissariado de polícia do distrito de Santana o inquérito policial acerca do assassinato de Sancho Manuel Victal, ocorrido em a madrugada de ontem, na ladeira de Santana.
Junto ao corpo do delituoso homem do trabalho foi encontrado um enorme cacete que mede 1m e meio de comprimento.
Foi encontrado pelo capitão Henrique José Fernandes, sub-comissário do distrito de Santana, servindo de escrivão ad-hoc o Sr. Ferreira Boale, a esposa de Sancho Victal, D. Angela Tomazia Ferreira Victal, que declarou ignorar o motivo do assassinato do seu esposo e afirmou que Sancho na ocasião que saíra em procura de remédio para uma sua filha não levava o cacete encontrado junto ao mesmo.
Foi requerida pelo Sr. capitão Henrique José Fernandes, ao comandante do Corpo de Bombeiros, a presença dos srs. José Antônio e Jeronymo de tal, praças do referido corpo, que se achavam na casa nº 67, onde foram encontrados, na porta o chapéu e os chinelos pertencentes a Sancho Manoel Victal.
Também foi requisitado pela mesma autoridade, o soldado da 2ª companhia do 16º batalhão Manuel de Carvalho.
No Hospital Santa Izabel, foi encontrada no bolso de Sancho, a quantia de 1$040rs.
Continuam detidas no posto policial de Santana diversas pessoas residentes a casa nº 67, para indagações policiais.
Outras diligências têm sido feitas, a fim de se descobrir o autor de tão bárbaro assassinato.
* Nota de observação: esta nota é complemento da notícia denominada “Assassinato” editada em 14/12/1904, onde caracteriza Sancho Manuel Victal como um indivíduo de cor preta.
Tema: ASSASSINATOS
Orgão de imprensa: A BAÍA
Data da notícia: 21-12-1904
Ano:
Número:
Dia da semana: Quarta-feira
Página:
Coluna:
Caderno:
Manchete: ASSASSINATO
Texto:
Conforme havíamos dito em nossa edição de 17 que o capitão Henrique José Fernandes sub-comissário do distrito de Santana, havia requerido de capitão Pais Coelho, sub-comissário da Conceição da Praia, a prisão do indivíduo José Pequeno vulgo Bandola, indigitado autor do assassinato de Sancho Manuel Victal, fato ocorrido em madrugada de 14 do corrente, foi ontem esse indivíduo capturado no bairro comercial e remetido à autoridade requisitante.
José Pequeno, sendo interrogado, negou a autoridade do crime; entretanto os seus depoimentos são contraditórios.
Outras pessoas vão ser inqueritadas a respeito.
*Nota de observação: esta nota é complemento da notícia denominada “Assassinato”, editada em 14/12/1904, onde se refere ao cidadão Sancho Manuel como de cor preta.
Tema: ASSASSINATOS
Orgão de imprensa: A BAÍA
Data da notícia: 29-01-1907
Ano:
Número:
Dia da semana: Terça-feira
Página:
Coluna:
Caderno:
Manchete: COVARDE ASSASSINATO
Texto:
Ontem cerca de 10 horas da noite, os moradores da Fonte Nova, distrito de Nazaré, transeuntes, etc., foram espectadores de uma triste cena de sangue, oriunda do covarde assassinato de um quinquagenário, pai de 8 filhos, perpetrado por um carroceiro, como passamos a narrar:
Manuel Ribeiro de Freitas, o carroceiro, que reside na Cidade de Palha, foi a Fonte Nova a fim de ali conduzir para a sua residência a mulher de nome Joana Dourado, que se achava enferma.
Enquanto tirava de casa a marquesa em que estava doente, Manuel se dirigiu a taverna do espanhol Daniel. Aí, diz ele mesmo, no auto de perguntas, encontrou um homem que não conhecia e que vomitava.
Como se isso fosse uma afronta a se dirigida, Ribeiro de Faria aplicou uma bofetada ao desconhecido, dando este fato lugar a que um velho, que se achava também na taverna, de altercar com ele dando-lhe um soco.
Ao receber o soco, Manuel Ribeiro puxou uma faca, vibrando um golpe na região sub-escapular esquerda do aludido velho. Este rodou caindo no solo, banhado em sangue. Momentos depois falecia.
Quando viu o velho cair, o assassino pôs--se em fuga, seguindo-lhe no encalço diversas pessoas do povo.
Imediatamente o ocorrido era levado ao conhecimento do escrivão capitão Jesuino de Góes Tourinho, que acompanhou os populares, efetuando-se a prisão do criminoso em uma cocheira à baixa da Cruz do Cosme.
Conduzido para a estação da Cidade de Palha, ali foi ouvido em auto de perguntas Manuel Ribeiro de Faria, achando-se presente o Sr. capitão João dos Santos Pinto, sub-delegado do 2º distrito de Santo Antônio.
Depois de lavrada a flagrância, foi levado o assassino para o posto policial do distrito de Brotas.
Este porém, se achava fechado, pela vontade do sargento Carvalho, ali destacado. O referido inferior que se negara a auxiliar a diligência ao abri-lo, destacou ao capitão Góes Tourinho, fato que este funcionário levou, hoje, ao conhecimento do Sr. Dr. chefe de polícia e do tenente-coronel comandante do regime policial.
Juntamente com o auto de flagrância, o criminoso foi hoje remetido ao Dr. Silvestre de Faria, delegado interino da 2ª circunscrição.
O assassino é de cor preta e tem 25 anos de idade.
O assassinado chama-se Manoel Pedro Virginio dos Santos, era mestiço e contava 58 anos de idade.
Era empregado em estábulos e residia no largo de Nazaré.
Ao ser retirado do local do crime o cadáver, ali se apresentava oito filhos da distinta vítima, ocasionando uma cena comovedora.
No local do crime também compareceu o Sr. capitão Minervino Barroso, sub-delegado do 1º distrito.
Hoje, pala manhã, foi autopsiado o cadáver no necrotério do Hospital Santa Izabel, pelo Dr. Octaviano Pimenta, medico legista da polícia.
Manuel Ribeiro, que confessou o crime, calma e friamente, ao ser levado da Cidade de Palha para a estação de Brotas, mostrava-se prazenteiro, rindo-se como se nada houvesse feito.
A senhora Joana Dourado, a quem Manuel Ribeiro fora buscar a Fonte Nova, em caminho para a Cidade de Palha, ao ter a notícia do ocorrido, faleceu.
A faca pontiaguda de que se serviu o facínora, ferindo de morte pelas costas, a sua infeliz vítima, foi encontrada pelo capitão Góes Tourinho em um dos matos do Sangradouro, devendo ser remetida, junta aos autos, à autoridade competente.
Tema: ASSASSINATOS
Orgão de imprensa: A BAÍA
Data da notícia: 16-02-1907
Ano:
Número:
Dia da semana: Sábado
Página:
Coluna:
Caderno:
Manchete: ASSASSINATOS - NA BOA VIAGEM À FACA
Texto:
Ontem, às 12 horas do dia, o vendedor ambulante de ovos e legumes, Dyoniseu Dimas Ferreira, depois de feito o seu negócio, sentou-se à porta de uma taverna à rua da Boa Viagem, chegando-se para ele José Reynaldo da Costa, que também é vendedor ambulante.
Queria este comprar uma dúzia de ovos que restava no tabuleiro, e entrou em ajuste com o vendedor, oferecendo-lhe um preço que Dyoniseu achou insignificante.
Tanto bastou para que o comprador prorrompesse em uma série de insultos contra o pobre negociante volante, que no mesmo tom respondeu a José Reynaldo.
Bastante enraivecido, este individuo dirigiu-se para o interior da casa em que morava, de lá voltando com uma faca.
Novamente, José Reynaldo insultou aquele contra quem sua fúria se assanhara e despediu-lhe um golpe com a terrível arma, que se foi alojar na região peitoral esquerda, pouco abaixo do mamilo do, infeliz Dimas Ferreira.
A arma acertara uma região mortal, e o desgraçado vendedor de verduras caiu no solo, banhado em sangue, vindo a falecer instantes depois.
O assassino tentou fugir, sendo perseguido pelo clamor público e, preso em flagrante, foi conduzido para a estação da rua Barão de Cotegipe (Calçada do Bomfim).
Dyoniseu Dimas Ferreira era de cor preta, solteiro e contava 40 anos de idade; residia na rua dos Dendezeiros, distrito dos Mares, ao qual pertence também a Boa-Viagem, onde se deu o crime.
O cadáver foi levado em padiola, para o necrotério do Hospital Santa Izabel, ficando na mesa da esquerda, onde, hoje, às 9 horas da manhã, o Sr. Dr. Octaviano Pimenta, médico legista da polícia, procedeu a autópsia.
José Reynaldo da Costa, o assassino, é de cor preta, casado e exerceu a profissão de marítimo.
O farmacêutico Luciano Dimas, irmão do assassinado, requisitou o cadáver, a fim de fazer o enterramento.